As mudanças tecnológicas e culturais que estamos vendo dentro de nosso local de trabalho têm feito com que a mobilidade empresarial fique no topo das prioridades de muitas empresas. Dessa forma, um problema central que atualmente as empresas precisam lutar é não somente como gerenciar de maneira centralizada a mobilidade, mas também como acompanhá-la na hora de desenvolver competências dentro da empresa para atender a esse crescimento.
Uma função com qualquer nome
Dada a escala da revolução móvel, talvez não seja surpresa que os analistas venham prevendo a ascensão do “Chief Mobility Officer (CMO)”, uma função especializada que, essencialmente, mistura duas habilidades: negócios e tecnologia.
A empresa de consultoria e análise de mercado Forrester identificou que “Os CEOs precisam se atentar e trabalhar com outros executivos para estabelecer a posição de Chief Mobility Officer para implementar uma ampla estratégia de mobilidade empresarial.”
O racional para isso é que o CMO pode conectar, de uma forma muito mais eficiente, projetos móveis individuais – para proporcionar uma estratégia “de cima para baixo” e coordenada que engloba diferentes departamentos, diferentes funções e diferentes iniciativas móveis.
Eles podem funcionar como um ponto central de engajamento e de controle, garantindo que os projetos satisfaçam as necessidades de negócio, seja para o consumidor, parceiro ou departamento para o qual foi o projeto desenvolvido.
A função poderá incorporar diferentes elementos: desde arquitetura móvel, segurança, governança móvel, questões legais e desenvolvimento de aplicações.
Tudo isso parece razoável e o sucesso de qualquer plano de mobilidade empresarial precisa ter a estratégia certa e a adesão desde a diretoria até os demais níveis.
No entanto, eu argumentaria que, enquanto a mobilidade precisa desse compromisso da diretoria, o cargo em si – seja CTO, CMO ou CIO – não será o problema principal.
O fator fundamental é que as empresas precisam planejar a mobilidade levando em conta: a liberdade de escolha da empresa, a flexibilidade e que, essencialmente, nenhum de nós sabe o que acontecerá no futuro.
Balanço
Enquanto muitas empresas estão tomando decisões a posteriori, em relação à mobilidade, baseadas nas necessidades que emergem rapidamente e na demanda dos colaboradores, enquanto aumentam essas necessidades, elas precisam evitar a pressa para entrar no mundo da mobilidade para que não tomem decisões que as levem para uma direção ou outra sem planejamento.
Isso pode ser tão prejudicial quanto protelar e fazer os planos de mobilidade esperarem por alguns.
O ponto inicial precisa levar a rápida mudança do ritmo da mobilidade: – diferentes ponderações devem ser consideradas, desde as plataformas aos tipos de dispositivos.
Por exemplo, 2013 será o ponto de inflexão para os tablets nas empresas?
Será que o Windows retornará como uma alternativa viável ao Google e Apple?
Uma estratégia móvel deve levar em consideração um futuro onde nada é certo.
Outro ponto que o tomador de decisão terá que se preocupar é o problema do conjunto de habilidades internas e o medo de que os colaboradores não tenham as habilidades para o desenvolvimento de aplicações de mobilidade.
E que também eles não querem perder os anos acumulados em habilidades e conhecimento do negócio que já possuem, quando os recursos forem realocados “na próxima tendência”.
Isso pode significar que os projetos de mobilidade sejam colocados em espera ou enfrentem resistência dentro da empresa.
Essas reações são compreensíveis se as empresas entenderem que o único caminho para a mobilização é o aprendizado de novas habilidades e programação em uma linguagem específica.
No entanto, a realidade é que existem plataformas móveis que permitem que se desenvolva uma única vez e que os aplicativos rodem em qualquer dispositivo.
Apesar do quadro de colaboradores precisar aprender novas habilidades, isso não é a mesma coisa que aprender uma nova linguagem que tire o maior proveito daqueles anos de aprendizado dos processos de negócios que eles tiveram que obter ao longo desses anos.
É motivador que a mobilidade esteja no centro das atenções das agendas dos executivos das empresas.
Isso reflete seu papel como um capacitador estratégico que pode entregar uma real vantagem competitiva.
Receber aprovação e simpatia dos executivos é um ponto chave.
No entanto, não importa quem leve a responsabilidade pela estratégia, planejamento para a mudança. Manter o foco na flexibilidade e procurar manter o conhecimento já adquirido pode ser o melhor alicerce para qualquer plano.
David Akka, CEO Magic Software UK