O PIX, sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central, chegou para ficar. Lançado em 16 de novembro de 2020, trouxe maior facilidade na realização de transferências e recebimento de pagamentos. Porém, essa nova oportunidade pode trazer o risco para usuário de cair em grandes emboscadas.
Ele é um mecanismo inovador que não estabelece restrições de horário ou valor para as transações. Além do fato que todo o processo se resume a digitação ou envio de apenas um dos dados do remetente ou destinatário. Ao se cadastrar, a empresa ou pessoa física adota uma Chave PIX e, com ela, pode efetuar e receber pagamentos de maneira fácil e rápida.
As vantagens não terminam. O custo é menor, não existe mais restrição de horário para transações, sem falar na rapidez do processo – a transferência acontece de 2 a 3 segundos. Todavia, é preciso atentar-se à proteção dos seus dados.
Uma vez que uma chave é cadastrada– podendo ser um e-mail, CPF, celular ou a geração de um QR Code – diversas outras informações do usuário são atreladas a ela, ou seja, se uma pessoa tem um de seus dados, ela acaba garantindo muitos outros e pode, facilmente, criar armadilhas para um golpe, como se passar por um funcionário do seu banco pedindo por dados que deixam a segurança da sua conta fragilizada.
O cadastro para a utilização do PIX é feito exclusivamente por meio de internet baking ou aplicativo. Por isso, é necessário ficar atento também a qualquer e-mail ou links alternativos que prometam a criação da chave.
O grande problema é a desatenção do usuário, principalmente quando se trata do uso do QR Code. Ele é um código gerado aleatoriamente que funciona quando apontada uma câmera de celular, então a chance de se confundir é grande. Os golpistas podem personificar marcas, e-commerces ou fornecedores para enganar empresas ou pessoas físicas.
Outro fator é que o PIX não oferece a mesma segurança de uma transferência bancária. Ele não é vinculado a nenhum banco ou fintech específica. Assim, não havendo instituição que possa ressarcir o valor em situações como de produtos, serviços não entregues, golpes ou fraudes.
O sistema apresentar diversos riscos não significa que não possua nenhuma segurança. O BC tem um mecanismo de monitoramento e regras que comparam o número de consultas do PIX ao número de transferências realizadas. Mesmo assim, ainda é um procedimento muito novo e não conseguimos provar a sua eficácia.
Os dados são o futuro. Na atual sociedade, em que os processos estão cada vez mais automatizados e digitalizados nas companhias, a informação acaba sendo o combustível para o sistema. Sendo assim, ela se torna cada vez mais valiosa – ao mesmo tempo que está tudo cada vez mais facilitado, fluído e de fácil acesso – e precisa estar segura.
Para evitar tais situações desagradáveis, o ideal é ficar atento ao e-mail e telefone cadastrados no PIX, não entrar em links não oficiais de cadastramento, conferir atentamente os dados na hora da transferência e só realizar qualquer ação depois de checar todas as informações detalhadamente. Para ainda maior facilidade, é possível contratar serviços completos de proteção de dados, incluindo desde softwares até o atendimento especializado por consultoria.
Waldo Gomes, diretor de marketing e relacionamento da NetSafe Corp.