A Ericsson decidiu que não desenvolverá produtos para WiMax. Ao invés disto, destinará seus esforços e investimentos ao UMTS-LTE (long-term evolution), evolução das redes 3G atuais.
A LTE deverá usar alguns dos componentes-chave da chamada 4G (como a tecnologia OFDM, em lugar do CDMA), inserindo-os nos atuais espectros de 2G e 3G.
Embora a decisão da empresa sueca possa parecer temerária para alguns, pois não há como ter certeza de que grandes operadoras optem por WiMax, os planos da Ericsson já estão em execução há alguns meses, mas só foram divulgados internamente nas suas unidades há poucas semanas.
A empresa optou por desenvolver a tecnologia de 3G HSPA (High-Speed Packet Access), que já está presente em 38 redes mundialmente. Trata-se, na verdade, de um upgrade de software no 3G existente.
O diretor de produtos e tecnologia da Ericsson do Brasil, Paulo Bernadocki, disse que estudos de mercado indicam que a base de assinantes em HSPA será dez vezes maior que a de WiMax em 2010: 500 milhões em HSPA ante 50 milhões em WiMax. Portanto, em sua opinião, o risco em abandonar WiMax é quase inexistente para a empresa. ?Se olharmos o tempo que a tecnologia demora em amadurecer e massificar pode considerar entre seis e sete anos?, disse o executivo.
?Neste contexto, o WiMax ainda está na infância.? Ele leva em consideração o fato de que a tecnologia não está totalmente padronizada nem regulamentada. A 3G também não está regulamentada no Brasil, mas a situação é diferente, argumenta ele.
O HSPA está definido e padronizado de ponta-a-ponta, enquanto o WiMax é só uma tecnologia de acesso, comparou.
O executivo opinou ainda que no Brasil, as aplicações de WiMax, até pelo estágio de desenvolvimento tecnológico e regulamentação, será restrito à banda larga fixa, enquanto o HSPA se beneficiará da base GSM existente.