Governo vê lan houses como importantes para a inclusão digital

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O governo vê o crescimento das lan houses como importante para facilitar o aumento da inclusão digital no país, já que elas representaram o local de conexão à internet para 48% do 54 milhões de brasileiros que acessaram a web nos últimos três meses. Por esse motivo, o governo já cogita estudar a criação de políticas públicas de incentivo a essas lojas que têm computadores conectados à internet e cobram por tempo de uso das máquinas.
"As lan houses se mostraram um meio bastante efetivo para levar o acesso à internet a diversas regiões do país, inclusive naquelas em que a população não tem condições financeiras para adquirir esse tipo de serviço. Dada a sua importância temos de apoiar o seu crescimento e deve ser realizada uma discussão dentro do governo para ver possíveis formas de apoio à sua expansão. Esses números nos convidam a essa reflexão", afirmou Augusto Gadelha, secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia.
De acordo com Gadelha, as lans houses são complementares aos telecentros e, caso tenham maior expansão, podem trazer números ainda mais expressivos em relação à inclusão digital. A importância das lan houses é tamanha que nas regiões rurais, onde as conexões à web são de difícil disponibilidade e de alto custo, elas chegam a representar 57% dos acessos das pessoas à internet.
Segundo a pesquisa TICs Domicílios, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), que avalia o uso de tecnologias da informação e comunicação nos lares brasileiros, na área rural, 47% das pessoas afirmaram que não se conectam à rede mundial por falta de disponibilidade de acesso, percentual que cai para 33% nas áreas urbanas.
"A lan house é um fenômeno mais importante na área rural do que na urbana, e sua disseminação deve ser apoiada", frisa o secretário da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), do Ministério da Fazenda, Rogério Santanna. Ele ressalta que em muitas localidades as lans houses são as únicas formas de acesso a baixo custo das pessoas à web.
Em relação aos telecentros, que hoje somam cerca de 6 mil, Santanna revelou que deve ser apresentado ao presidente Lula um novo plano de expansão, na busca por acelerar a implantação nas localidades que necessitam.
Santana observou ainda que a infraestrutura de Telebrás, que, segundo o secretário, conta com uma rede de fibra óptica com mais de 20 mil quilômetros, pode ser usada para acabar com a disparidade existente entre o acesso de banda larga nas cidades e nas áreas rurais.
O secretário salientou, inclusive, que o tão esperado PAC Digital, política pública para banda larga, não saíra sem o comprometimento das operadoras. Mas Santanna disse que não há como acreditar que a iniciativa privada terá interesse em levar acesso à banda larga para periferias e regiões rurais. "Elas só levam banda larga para as localidades que gerem retorno financeiro e onde tenha grande densidade populacional e classes economicamente ativas."

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