O plano de mudanças na infraestrutura da Telefônica para evitar novas falhas na oferta de banda larga também inclui mudanças radicais na relação com os consumidores do serviço. A empresa planeja alterar o sistema de comercialização do Speedy, reduzindo as velocidades oferecidas para que a velocidade real se aproxime do adquirido originalmente pelo consumidor.
A diferença entre o valor real e nominal das velocidades de banda larga é algo comum na oferta de banda larga, mas gera muitas reclamações dos clientes que nem sempre entendem porque o pacote adquirido não atinge as taxas de transferência esperadas. Com a ação da Telefônica, que ainda não tem data para ocorrer, a empresa espera melhorar sua relação com a clientela.
Por enquanto a empresa não se arrisca a falar em quanto pode perder de receita com a adoção da nova táctica, já a redução da velocidade pressupõem uma queda também no preço dos pacotes. Mas as mudanças não serão apenas no marketing do Speedy. Elas afetarão também as projeções de capacidade de rede da empresa.
Cada central da rede telefônica abrange uma área estimada, calculada a partir da expectativa de tráfego de voz ou dados. Conforme a demanda aumenta, se a projeção não é revista, o fluxo pode gerar uma sobrecarga nas centrais, reduzindo as velocidades de acesso aos dados, por exemplo. A Telefônica está disposta a ser mais "rígida" na métrica dessa projeção, diminuindo o escopo das centrais ou, como declarou o presidente da empresa, Antônio Carlos Valente, "reduzindo o anel conceitual" de capacidade disponível para o tráfego de dados.
Com as duas medidas combinadas, a Telefônica acredita que reduzirá os problemas com a oferta do Speedy, ao menos no âmbito da satisfação do consumidor. "Estamos trabalhando com algum tipo de velocidade em que a gente realmente tenha essa velocidade para oferecer", declarou Valente.
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