Nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2020, o mercado de infraestrutura de TI no Brasil faturou US$ 344,68 milhões, alta de 4,8% em relação ao primeiro trimestre de 2019. O crescimento foi puxado pelo setor de armazenamento, que teve receita de US$ 103,7 milhões, 48,9% a mais do que no mesmo período de 2019. Já o faturamento do setor de servidores ficou 8,1% abaixo, com US$ 113,32 milhões, e o de networking 6% menor, com US$ 127,66 milhões. As conclusões são do estudo IDC Brazil Enterprise Infrastructure 1Q2020, realizado pela IDC Brasil.
"O crescimento do setor de armazenamento, por exemplo, era esperado, mas de forma tímida. Esse segmento – assim como o de servidores – tem sido impactado pela adoção da nuvem, que demanda menos de infraestrutura local, mas no início do ano, graças a grandes projetos que foram iniciados no final de 2019 e entregues e faturados no começo deste ano, teve crescimento ainda maior", explica Thomas Campos, analista de mercado da IDC Brasil.
Na verdade, segundo ele, todos os segmentos do mercado de infraestrutura de TI teriam números positivos no primeiro trimestre se não fosse a pandemia de covid-19, que levou as grandes empresas a interromperem seus investimentos no setor já no início do ano. "Mesmo o setor de servidores, que tem tido seus investimentos direcionados para nuvem, poderia ter tido desempenho melhor", afirma o analista da IDC Brasil.
Em networking, por exemplo, o segmento de redes faturou US$ 15,61 milhões, um aumento de 11,7%, switches faturou US$ 67,30 milhões, alta de 9,6%, mas roteadores caiu 26% e faturou US$ 44,75 milhões, na comparação com o primeiro trimestre de 2019. "Em roteadores houve uma queda natural, reflexo da chegada do SD-Wan", afirma Thomas.
Expectativas
No segundo trimestre de 2020, a IDC estima que a variação do dólar e movimentações do governo levem os números para baixo. "As grandes empresas devem continuar postergando seus negócios devido à flutuação cambial, que deixa os investimentos menos previsíveis. Vemos uma linha de crescimento gradual trimestre a trimestre, mas, ainda assim, um desempenho baixo para o ano", afirma Thomas.
Além disso, o analista da IDC Brasil chama atenção para o segmento das PMEs, que estava ainda menos preparado para a crise de covid-19 e, para sobreviver, investiu na migração para o digital, mas pode ter dificuldades para cumprir compromissos. "Algumas PMEs podem pedir prazos maiores para pagamentos e causar problemas no fluxo de caixa em provedores que aceitarem essa condição. Por isso, é muito importante a disponibilização de linhas de créditos dos fabricantes aos parceiros", afirma.
Para o ano, a IDC prevê queda de 9,5% no mercado de infraestrutura de TI, 1% maior do que a expectativa inicial para o ano, com início de recuperação em 2021.