A impressão de dados como mecanismo modernizador dos processos produtivos

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A prensa de Gutenberg é considerada um dos marcos divisórios na história. A partir da impressão em papel iniciou-se uma nova fase com a liberdade de produzir ou reproduzir conteúdo e torná-lo acessível para uma parcela crescente da sociedade, algo não imaginável à sua época. Com o advento da Internet, um novo marco civilizatório mais de cinco séculos depois, outra questão surgiu e não faltam teorias sobre o fim do papel jornal, da informação passando a circular cada vez mais em diferentes gadgets conectados à Internet. Se essa migração vai acontecer e quando, ainda não é possível prever.

De qualquer forma, a impressão continua a ser um mecanismo de disseminação de informações e modernização dos processos produtivos, impactando diretamente em redução de recursos utilizados, custos e tempo. Os dispositivos de impressão estão cada vez mais interligados e são capazes de imprimir, além dos textos e formulários, códigos de barras e outros tipos de códigos que dão acesso às informações a partir de outros dispositivos, sejam celulares, coletores de dados e leitores de RFID.

A impressão de códigos tem sido o mecanismo utilizado para ampliar a quantidade de informações disponíveis para o consumidor, como a aplicação dos QR Codes, códigos lidos pelos celulares com o aplicativo instalado, que permitem, após a decodificação, acesso a um texto ou link para o conteúdo publicado em algum site. O Metro de São Paulo, por exemplo, utiliza o QR Code para direcionar o internauta para a sua página com informações sobre o funcionamento das linhas.

Imprimir o QR Code na embalagem ou incluí-los nas campanhas promocionais é uma iniciativa para ampliar o conhecimento dos usuários sobre aquele produto ou serviço e tem sido amplamente utilizado pelas empresas em suas estratégias de marketing. Com a popularização do aplicativo, a tendência é que os QR Codes estejam cada vez mais interligados no dia a dia dos conectados às tecnologias móveis.

Os códigos de barra, impressos na maioria dos produtos, trouxeram maior agilidade para a cadeia varejista, que não precisa remarcar produto a produto com o preço diariamente, e esse custo desnecessário, tanto com as etiquetas como com mão de obra, refletem diretamente no preço dos produtos finais.

Após a consolidação no varejo, esse tipo de impressão começa a ser utilizada com grande potencial na área da saúde, como impressões em ambientes que utilizam pulseiras de identificação e aplicações de etiquetagem para acompanhamento do paciente, impressão de prescrição médica, identificação de frascos laboratoriais, entre outras aplicações. O objetivo, mais uma vez, é modernizar os processos e agregar segurança e precisão nas informações que circulam nos hospitais.

A entrega real time de contas de consumo como água e luz é outra aplicação possível a partir da utilização das impressoras móveis. A tendência é que cada vez mais as empresas adotem esse tipo de tecnologia em suas operações de campo, seja para entrega de mercadorias ou para operações móveis de recebimento. Entre os benefícios, pode-se destacar redução de custos com envelopamento e correio, além do mesmo operador que faz a coleta dos dados, poder também emitir o recibo, evitando retrabalhos ou ruídos no processo.

A próxima tendência a ser popularizada é o que vem sendo chamado de a Internet das Coisas, um conceito que surgiu dentro dos laboratórios do MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussetts e foi batizado como Internet of Things, da sigla IoT. A associação das tecnologias de RFID – Radio-Frequency IDentification – com a impressão de dados em tags irá conectar objetos do dia a dia com a Internet, para avisar, por exemplo, quando algum produto está vencido ou em falta na nossa geladeira.

Todas essas tecnologias já foram desenvolvidas e estão em uso em diversas aplicações, com tendência de terem seu uso potencializado nos próximos anos.

Na indústria a aplicação de tags nos produtos para leitura por RFID permite rastrear todo o processo produtivo, da equipe envolvida, materiais utilizados, parecer da área de qualidade, faturamento, distribuição, até chegar no revendedor ou no consumidor final, conforme a necessidade e o processo estipulado para esse controle.

Dentro deste cenário de possibilidades, novas demandas de impressão devem continuar surgindo. O que irá mudar será o tipo de aplicativo utilizado, a robustez exigida dessas tecnologias de acordo com operação e a integração com a Internet como uma tendência a se consolidar em todos os processos.


Rafael Diniz Duarte é engenheiro de sistemas da Intermec

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