As estatísticas apresentadas diariamente mostram indicadores de diversos problemas de ordem social no país e que afetam a saúde pública de forma direta. Entre os problemas mais urgentes, podemos citar a proliferação de doenças infecciosas e parasitárias devido à falta de estrutura de esgoto ? o que contribui para o aumento de pragas como ratos e mosquitos transmissores de doenças, tais como o Aedes Aegypti. Diante desse quadro, chega-se a conclusão que é preciso um monitoramento completo para mapear os gargalos na saúde e, a partir deles, traçar estratégias para solucioná-los.
As enfermidades que afetam o país não se originam em novos fenômenos biológicos, mas da urbanização desordenada, da falta de instalações sanitárias adequadas, água potável, esgoto, canalização de córregos, entre outros problemas de saneamento básico que o país ainda enfrenta.
Embora possamos contabilizar alguns avanços na saúde pública nas últimas duas ou três décadas, esses não expressam uma melhora significativa no quadro geral, ainda que a iniciativa privada tenha realizado forte intervenção na área.
Sabemos que existem muitos fatores culturais e socioeconômicos que colaboram para essa situação. Porém, é necessário que as autoridades atuem com base num sistema mais abrangente e eficaz, a fim de assegurar melhores condições para a população, tanto no atendimento a doenças, quanto na prevenção delas. A saúde é direito fundamental, garantido constitucionalmente mediante políticas sociais e econômicas que visam à redução do risco de doenças e de outros agravantes, como epidemias, por exemplo.
Mas como é possível melhorar? Não basta apenas investir na construção de grandes unidades de saúde, mas saber onde construir, se a unidade está no local mais apropriado, garantindo acesso fácil e capacidade de atendimento à população do entorno. Também é preciso oferecer especialidades médicas de acordo com as necessidades dessa região, contratar e preparar o profissional de saúde para atuar nestes postos, comprar medicamentos, entre outros pontos. É ainda fundamental fazer com que as unidades existentes funcionem de maneira eficiente, inclusive apoiando a saúde preventiva.
Na busca dessa nova compreensão, observa-se uma demanda crescente para a incorporação de técnicas de geoprocessamento na saúde pública no Brasil. A consolidação desse movimento no setor depende do acesso aos dados, programas e capacitação, além do desenvolvimento de técnicas de análise espacial.
Atualmente, mais de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil são gastos com saúde. Um número consideravelmente alto, mas que não corresponde às condições vigentes do setor. É sob essa ótica que a contribuição da tecnologia é bem-vinda, uma vez que virtualmente elimina as restrições para a produção de mapas temáticos de saúde com respeito a custo e tempo.
A partir de Sistemas de Informações Geográficas (GIS) aplicados à saúde, diversos tipos de mapas podem ser produzidos em escalas variadas, e com facilidade para cruzar informações – o que permite ao usuário compor uma base de dados útil e eficiente, bastante rápida e interativa.
Dessa forma, o GIS surge como uma ferramenta poderosa no auxílio aos profissionais e governantes responsáveis pela saúde pública, permitindo a construção ou a utilização de bancos de dados onde se podem determinar as associações entre as ocorrências de doenças e o meio ambiente físico e, num segundo momento, colaborar para ações preventivas.
Entre os benefícios trazidos pelas ferramentas do GIS podemos listar:
Ao cidadão:
– Identificação das unidades de saúde
– Identificação de áreas de risco;
– Identificação das áreas de atuação dos postos de saúde;
Ao gestor público:
– Controle efetivo da distribuição de vacinas;
– Mapeamento, monitoramento e controle de doenças infecciosas como: DST, AIDS, Dengue, Gripe H1N1, outras;
– Controle e monitoramento de ambulâncias;
*Humberto Figliuolo é líder de marketing para governo municipal da Imagem.