Até 70% dos programas de ERP fracassam em objetivos, aponta BCG

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Em um cenário empresarial onde modelos de negócios, tecnologia e processos evoluem rapidamente, muitas empresas enfrentam desafios significativos na busca pela excelência operacional por meio de sistemas ERP. Segundo o relatório Is Your ERP System Lean and Human-Centered?, desenvolvido pelo Boston Consulting Group (BCG), cerca de 50% a 70% dos programas de ERP não alcançam seus objetivos, deixando a produtividade estagnada, os custos elevados e a complexidade técnica intransponível.

As abordagens tradicionais de ERP muitas vezes falham em razão do excesso de complexidade nos sistemas, com fluxos de negócios complicados e personalizações excessivas, que tornam difíceis a incorporação de novos casos de uso, especialmente nas áreas de IA e personalização. Além disso, a tecnologia é priorizada em detrimento das necessidades dos usuários finais.

De acordo com o BCG, resposta a esses desafios reside na combinação de duas abordagens fundamentais: o design centrado no ser humano (HCD na sigla em inglês) e um núcleo ERP enxuto. Essa abordagem oferece flexibilidade ao atender tanto às necessidades dos usuários quanto às expectativas das empresas.

O HCD coloca as pessoas no centro da transformação, identificando e projetando com base em suas necessidades, comportamentos, limitações e capacidades. Esse método examina as jornadas dos stakeholders e visa simplificar, tornar mais contínuas e produtivas as experiências. Envolve os usuários em todas as etapas, desde a pesquisa inicial até os testes, garantindo designs úteis e utilizáveis. Isso é particularmente relevante no contexto do ERP, onde a falta de adoção pelos usuários é um desafio comum.

O núcleo ERP enxuto permite o foco exclusivamente no que o ERP faz de melhor: executar processos de negócios padronizados de maneira consistente e estável. Esses processos são necessários para a operação da empresa, mas não requerem personalização significativa. As capacidades mais inovadoras são implementadas como serviços modulares, acoplados ao núcleo por meio de APIs. Isso oferece maior flexibilidade para adicionar, expandir e adaptar esses módulos, sem as restrições das integrações complexas.

Além dessas abordagens técnicas, a consultoria destaca ainda que é fundamental adotar três mudanças de mentalidade:

1. Foco nas Pessoas: Encarar a transformação por meio de sistemas de ERP como um desafio humano com resultados tecnológicos, envolvendo os usuários finais desde o início para compreender suas necessidades e comportamentos.

2. Design Centrado no Cliente: Adotar a centralização no cliente, documentando arquétipos e personas de usuários e testando designs com os clientes finais desde o início para garantir que as mudanças no ERP melhorem as experiências humanas.

3. Visão de Ponta a Ponta: Compreender como os usuários consomem dados e melhorar sua governança , priorizando requisitos e reengenharia de processos desde o início do processo de transformação.

Para o BCG, a combinação desses fatores oferece uma nova perspectiva sobre a modernização do ERP. Não apenas otimiza as quatro alavancas de valor – padronização, harmonização, diferenciação e inovação – mas também capacita as pessoas a atingir seu potencial máximo. A transformação bem-sucedida requer a união da tecnologia e das necessidades humanas, proporcionando uma base sólida para a inovação e a diferenciação competitiva.

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