A Global Market Insite (GMI), fornecedora de soluções integradas para pesquisas mundiais de mercado na internet, acaba de divulgar sua mais recente pesquisa sobre esse mercado. O levantamento, que envolveu entrevistas com 17,5 mil consumidores em 18 países, constatou que a maioria dos europeus utiliza sistemas de banco on-line, com destaque para Holanda, Alemanha e Dinamarca. O Brasil ficou na sétima colocação, com 41% de usuários, enquanto os Estados Unidos e o Japão ficaram no 10º e 11º lugares, respectivamente, com 38% e 30%.
O estudo detectou que o serviço bancário on-line vem ganhando cada vez mais popularidade no mercado, sobretudo com o aumento dessa oferta no exterior ? como o ING Direct (banco virtual vinculado ao grupo ING, reconhecido na Europa e nos Estados Unidos) e o EmigrantDirect (divisão do Emigrant Savings Bank, famoso banco virtual americano). Comparando com as instituições bancárias tradicionais, esses serviços virtuais oferecem rendimento muito superior nas contas de poupança ? uma diferença de 3,5%.
Entretanto, segundo a GMI, a falta de confiança na segurança nesse sistema pode ser uma das razões pela qual o serviço ainda não decolou firmemente em países como os Estados Unidos. Explica-se: quase 2 milhões de norte-americanos tiveram suas contas invadidas por hackers em 2004, de acordo com estudo recente do Gartner.
Os países posicionados no topo do ranking da pesquisa, Alemanha e Holanda, possuem medidas de segurança fortalecidas com políticas de identificação ?two-factor? (mais de uma senha para se conectar a conta), o que gera mais conforto e segurança aos usuários. Nesses países, alguns bancos já estão pedindo um terceiro número de identificação aos seus clientes.
Outra razão que explica a lenta adaptação da maioria das populações ao sistema de bancos on-line, segundo o estudo, é a preferência por um contato pessoal. No Brasil, por exemplo, este é considerado um fator importante, valorizado por 60% das pessoas. O país que dá mais importância ao atendimento clássico é a França, com 74%.
Como já se esperava, o estudo mostrou que, mundialmente, o mercado de usuários entre 18 e 29 anos adotou o sistema de bancos on-line mais do que qualquer outra faixa etária. Na Holanda, 85% dos jovens utilizam o sistema. Igualmente, os jovens da Dinamarca, Alemanha, Canadá Polônia e Austrália (76%, 73%, 64%, 62% e 58% respectivamente) administram sua conta bancária via internet na maior parte do tempo.
Independentemente de as falhas no sistema de segurança afastar usuários, consumidores de todo o mundo acreditam que o sistema virtual veio para ficar. Pelo menos 79% dos usuários (80% no Brasil) concordam que movimentar sua conta pela internet e por telefone melhorou a qualidade do serviço. Até na Rússia, posicionada em último lugar, neste quesito, 75% responderam positivamente.
A falta de informação sobre outros benefícios do serviço ? além de pagar contas, transferir fundos e ver balanços ? pode ser mais um motivo pelo qual a maioria dos consumidores ainda não se adaptou integralmente a esse sistema virtual. Mesmo considerando que contas de poupança on-line rendem mais do que as tradicionais, e que a maioria dos entrevistados em todo mundo (57%) citou ?mais condições de interesse? como principal razão para mudar de banco, não se registrou uma vontade geral de usar este gênero de serviço virtual.
O resultado sugere que as instituições financeiras devem fazer um trabalho de educação do consumidor e de melhor comercialização e divulgação dos benefícios financeiros de seus produtos e serviços on-line direcionando-os para usuários pró-ativos.
Ainda assim, por enquanto, apenas pouco mais de um terço dos entrevistados em todo mundo pretende substituir suas contas dos Bancos tradicionais para a rede. Já no Brasil, 41% dos correntistas vêem com otimismo a transferência de um sistema bancário para outro no futuro. Na Austrália, 55% dos usuários têm a mesma crença.