As empresas brasileiras estão ampliando os investimentos em inovação. É o que revela o estudo Indicadores de Competitividade Industrial, divulgado hoje (26/10) em São Paulo pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Segundo a pesquisa, neste ano 81,2% das indústrias pretendem investir em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Em 2003, o número de empresas que aplicaram em inovação foi de 70,7%.
A pesquisa mostra que o interesse pelo desenvolvimento tecnológico cresceu principalmente entre as micros e pequenas empresas. Em 2005, 74,7% dos empreendimentos desse porte mostraram disposição para investir na área, ante os 60,4% registrados em 2003. Entre as médias e grandes empresas, a intenção de aplicar em P&D aumentou de 84,1% em 2003 para 88,8% neste ano. Segundo o estudo, apesar do alto percentual de empresas comprometidas em inovar, a maioria, 63,5%, pretende aplicar apenas 2% do faturamento bruto em desenvolvimento tecnológico.
Outro item que mostra o interesse da indústria em inovar é o número expressivo de empresas que informaram ter adquirido máquinas e equipamentos novos. Em 2003, 81,2% das empresas compraram equipamentos nacionais. Para 2005 a previsão é de que 88,1% dos estabelecimentos invistam na renovação dos bens de capital.
O design também é considerado uma estratégia importante para o ganho de competitividade da indústria. O levantamento apontou que, em 2003, cerca de 50% das empresas investiram em design. O esforço foi maior nos estabelecimentos de maior porte: 56,7% das médias e grandes empresas aplicaram na atividade, contra 43,2% das micros e pequenas empresas. Segundo a pesquisa, houve um aumento no investimento em relação ao faturamento bruto das empresas. Em 2003, 18,7% das empresas investiram mais de 2% do faturamento bruto em tecnologia. Para 2005, a expectativa é que cerca de 30,6% das empresas aumente o percentual de investimento em design.
O esforço de investir em design trouxe resultados positivos para os empresários, segundo a pesquisa. Cerca de 55,6% das médias e grandes empresas constataram que a estratégia aumentou o faturamento, contra 53,7% das micros e pequenas empresas. Os setores que tiveram retornos mais expressivos com design foram o farmacêutico e o de alimentos.
Para este ano, além da compra de máquinas e equipamentos, design e capacitação de recursos humanos, as indústrias brasileiras pretendem aplicar principalmente no desenvolvimento de produtos e processos. Também estão previstos investimentos em transferência de tecnologia e implantação de laboratórios. Entre as grandes empresas, 76,5% disseram que pretendem aplicar em novos produtos e processos, 19,4% têm intenções de investir na implantação de laboratórios e 31,6% em transferência de tecnologia.
A pesquisa mostra também que a estrutura de infra-estrutura de transporte do país é um fator que ainda preocupa o empresário. O item mais grave apontado pelas empresas é o transporte rodoviário. A insatisfação com as rodovias atinge todos os setores. Em 14 dos 27 setores pesquisados, mais de 75% das empresas estavam pouco satisfeitas ou insatisfeitas com as rodovias, com destaque para os setores de vestuário e acessórios. No caso dos portos, 41,7% das empresas exportadoras mostraram pouco satisfeitas com o serviço.
O levantamento Indicadores de Competitividade Industrial ouviu 743 empresas de todos os portes no Brasil. As informações da pesquisa qualitativa foram coletadas por meio de questionários respondidos entre outubro de 2004 e março de 2005.