Modelo de negócios na banda larga terá que mudar para suportar demanda, alertam executivos

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As empresas de telecomunicaçôes se vêem em um momento delicado de reflexão sobre o promissor mercado de banda larga. A primeira mesa de debates da Futurecom 2010, que começou nesta terça, 26, em São Paulo, focou-se no desafio de equacionar os investimentos necessários para a expansão da rede de banda larga com um modelo de comercialização que seja eficiente e, ainda assim, benéfico para os consumidores.
A tese mais defendida é que o sistema de venda de acesso ilimitado por um preço único tem que ser abandonado, sobretudo na banda larga móvel, como forma de dinamizar o crescimento do setor no ramo da banda larga. A lógica defendida no momento é que as empresas gradualmente migrem os planos para uma oferta por demanda, onde o cliente pagará pelo que usar de fato. Recentemente, a TIM aderiu plenamente este novo modelo.
O presidente da operadora, Luca Luciani, reforçou a necessidade de que mais empresas adotem esse novo sistema, que seria mais saudável para o mercado de banda larga. "As empresas sabem o que tem que fazer: tem que acabar com a oferta ilimitada", afirmou o executivo.
Para o presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, um dos grandes obstáculos ainda é a falta de espectro. Além de demandar mais faixas de radiofrequência para que as operadoras móveis continuem expandindo a oferta de Internet, Valente pede que seja proporcionado um uso mais eficiente do espectro radioelétrico já alocado. Mas o executivo também concorda que o "valor único" pela banda larga pode não ser mais tão vantajoso para o setor e precisa ser "repensado".
Para Eduardo Ricotta Torres, vice-presidente da Ericsson, o sistema de cobrança flat é muito interessante no estabelecimento dos mercados, "mas com o passar do tempo, não é sustentável". "Tem que funcionar igual a conta de água, que é individualizada. No fim, no modelo de oferta ilimitada, a conta não fecha nem para o consumidor, nem para as empresas", analisou.
Mas a mudança do modelo comercial é apenas uma parte da equação. A outra é a necessidade de expansão agressiva das redes de telecomunicação. "O que foi suficiente no passado recente, não será suficiente no futuro. Não é suficiente nem hoje, frente à atual demanda de vídeo", analisou Amos Genish, presidente da GVT. Para o executivo, o alto custo das redes ainda é um obstáculo, mas há ganhos com a eficiência tecnológica e, especialmente, pela oferta convergente de serviços usando uma mesma infraestrutura.

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