As empresas de varejo no Brasil ainda não utilizam maciçamente a tecnologia em suas lojas físicas de forma a melhorar o relacionamento com o consumidor. A aplicação de recursos de última geração é fundamental no processo de reinvenção dos varejistas para atender as demandas da nova geração de clientes da era da internet. O emprego de novas tecnologias nas lojas, entretanto, só erá realizado caso garanta a possibilidade de gerar retorno financeiro para as empresas, segundo apontam especialistas que participaram de painel sobre a tansformação do varejo tradicional para o digital na Futurecom 2010, que acontece até quinta-feira, 14, em São Paulo.
Ricardo Pastore, coordenador do núcleo de estudos de varejo da ESPM, diz que as empresas de varejo já automatizaram os processos e investiram em sistemas de gestão, mas a loja física, na avaliação dele, ainda é um "vazio tecnológico". Ele chama a atenção para a necessidade dos varejistas utilizarem recursos tecnológicos visando melhorar a experiência de interação com os consumidores. "A tecnologia é essencial nesse processo", afirma.
O responsável pela área de sistemas e projetos do Banco Carrefour, Ricardo Augusto de Oliveira, justitica que o vazio tecnológico das lojas é resultado do perfil dos clientes, que buscam por uma interação mais pessoal. Na opinião dele, o varejo digital se aplica melhor aos produtos eletrônicos e de maior valor agregado, mas que foge da realidade de venda de produtos alimentícios. O executivo observa, no entanto, que de modo geral as redes varejistas estão se reinventando devido à mudança no comportamento dos clientes, que não querem mais passar duas horas nas lojas para fazer suas compras e exigem interações mais ágeis e eficazes.
Oliveira ressalta que para o uso da tecnologia se concretizar, ela precisa resultar em rentabilidade para as varejistas. "A tecnologia será utilizada caso gere rentabilidade. É preciso respeitar esta dinâmica, se não for dessa forma, não vale o risco e não vai justificar o investimento", argumenta.
Os especialistas do setor também citaram que a tecnologia pode ser um diferencial de vendas, principalmente no que diz respeito a interação e relacionamento com o cliente, possibilitando às companhias uma alternativa ao modelo de guerra de preços que impera atualmente no mercado varejista.
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