Operadoras móveis precisam buscar parcerias para chegar na nuvem

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O desafio é gigantesco: preparar empresas que tradicionalmente só vendem conectividade para prestarem serviços em nuvem. Isso, em um ambiente em que as redes enfrentam a pressão do crescente tráfego de dados e exigem investimentos pesados. Esse é o momento complicado vivido pelos operadores de telefonia celular e retratado com um certo tom de preocupação no Mobile World Congress, que aconteceu esta semana em Barcelona. A razão para algum receio é simples: hoje, quem inova e quem domina o mercado de aplicativos e conteúdos digitais são as empresas de Internet.  As operadoras de rede vendem, essencialmente, o tráfego dos bits pela infraestrutura.
"As operadoras estão essencialmente grandes demais para conseguir inovar nesse ambiente", disse Joachin Horn, CTIO da operadora Tele2, que tem cerca de 35 milhões de clientes e opera em 11 países da Europa. Para ele, a oferta de serviços em cloud é um risco para as empresas, porque envolve um aprendizado em uma área que elas não atuam, mas também é uma oportunidade para recolocá-las no jogo dos conteúdos. "O segredo é oferecer o básico, fazer tudo de forma mais padronizada possível, porque assim o risco de errar é menor", disse.
Enquanto usuárias de aplicações em cloud, Horn disse que os sistemas de uma operação de telecomunicações são muito atrelados à rede e é difícil separar as duas coisas.
Kevin Johnson, CEO da Juniper, acredita que as operadoras de rede estão em uma posição importante para explorar o negócio de serviços em nuvem por terem domínio de uma parte crítica, que é a infraestrutura. "A rede é o core de uma operação em cloud". As oportunidades são grandes, diz ele. Hoje o mercado de cloud para empresas já passa de US$ 30 bilhões e no segmento pessoal é ainda maior, da ordem dos R$ 220 bilhões, se somar publicidade online, comércio eletrônico e transações financeiras.

Parcerias

Drew Houston, fundados da Dropbox, empresa de armazenamento de conteúdos em nuvem, disse que o grande diferencial dos inovadores que já estão atuando no desenvolvimento de aplicações e conteúdos cloud é o foco. "Isso não há como as operadoras terem. Por isso o caminho é o das parcerias. Depois que passamos a nos aliar a outros desenvolvedores de aplicativos (que usam o Dropbox como ferramenta de compartilhamento e armazenamento), fabricantes de handsets (que embarcam o aplicativo e oferecem capacidade em nuvem como diferencial) e operadoras, nossa base de usuário dobrou em apenas 12 meses", diz. Os números da Dropbox são impressionantes: 100 milhões de usuários, mais de 1 bilhão de arquivos transferidos ao dia.

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