Netflix é apenas mais um canal, diz seu CEO

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O Netflix está presente em 50% das residências nos EUA e, no entanto, a base de assinantes de TV a cabo naquele país permanece estável. Na opinião do fundador do Netflix, Reed Hastings, as operadoras norte-americanas de TV por assinatura estão agora se dando conta de que o serviço de streaming não gera um impacto negativo sobre seus negócios. "Somos mais uma fonte de entretenimento, como HBO. Somos mais um canal", afirmou durante a sua participação no Mobile World Congress, em Barcelona, nesta segunda-feira, 27.

Ele tampouco demonstra preocupação com a chegada de outros players de streaming de vídeo, como Amazon Prime e YouTube Red. "Eles não querem nos matar, querem apenas servir o consumidor", comentou. E previu: "Em dez anos o consumo de vídeo será todo na Internet e o Netflix responderá por uma parcela pequena disso."

A pirataria também não é um problema. Hastings acredita que o preço baixo da assinatura do Netflix desestimula os piratas.

Redes móveis

Sobre a qualidade das redes móveis, que por vezes representa uma barreira para o serviço de streaming, Hastings respondeu que o caminho é aperfeiçoar cada vez mais os codecs do Netflix para permitir a transmissão dos vídeos em velocidades baixas. Hoje, já é possível assistir ao Netflix com velocidade a partir de 500 Kbps. E seu sonho é conseguir baixar para 200 Kbps.

Formatos

Embora não descarte produções de vídeo na vertical no futuro, Hastings frisou que o foco da empresa está em contar boas histórias, independentemente do formato. E, se aparecerem novas tecnologias, o Netflix vai aprender com elas e se adaptar, seja realidade virtual ou lentes de contato como as imaginadas na série Black Mirror.

Por fim, Hastings foi questionado sobre o futuro da inteligência artificial. Nessa parte, brincou: "Daqui a 20 anos teremos inteligência artificial muito desenvolvida. Será que a inteligência artificial servirá para nos entreter ou nós é que vamos entreter a inteligência artificial?"

Parcerias

A Netflix tem buscado mostrar aos operadores de telecomunicações que pode ser uma parceira importante na oferta de conteúdos diferenciados e de qualidade, e nesse sentido se coloca muito mais como mais um canal de produções exclusivas do que como uma rede de distribuição de conteúdos pela Internet. A presença de Reed Hasting no Mobile World Congress em Barcelona se deu nesse sentido.

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