Como parte das iniciativas do governo federal para tentar coibir a promoção do Brasil por meio de “roteiros sexuais”, que não condiz com a realidade turística do país, o Ministério do Turismo vem realizando desde o ano passado ações para proteção contra fraude e uso indevido de símbolos e programas de turismo na internet. De um total de mais de 2 mil notificações aos sites que utilizam de modo equivocado palavras relacionadas às marcas “Ministério do Turismo”, “Turismo Sustentável e Infância” e “Viaja Mais Melhor Idade”, 82% foram relacionadas a conteúdos com conotação sensual ou sexual.
O estudo inicial previa identificar o uso indevido das marcas do Ministério do Turismo por sites de promoção do turismo. As pesquisas foram então ampliadas com mais palavras-chaves e termos em vários idiomas. A partir da constatação de resultados com apelos sensuais e sexuais, o ministério se aliou a outros órgãos, como a Secretaria de Direitos Humanos, Ministério da Justiça e a Polícia Federal, para estabelecer um intercâmbio de informações que permita agilidade para coibir essas práticas. À PF, por exemplo, foram encaminhados todos os indícios de crimes detectados, especialmente contra crianças e adolescentes.
Durante o ano passado, a pesquisa identificou 38.865 utilizações de imagens relacionadas ao Ministério do Turismo. Desse total, 2.169 ocorrências apontaram o uso equivocado de marcas e resultaram em abertura de procedimento administrativo. Em apenas um ano de monitoramento, 1,1 mil sites com conteúdos irregulares foram ajustados ou retirados do ar – representando 51% de sucesso na ação. Especificamente sobre turismo com conotação sensual ou sexual, o levantamento identificou mais de 1.770 sites com associações impróprias às marcas do Ministério do Turismo, ou seja, 82% do total de ocorrências.
Segundo o ministro do Turismo, Gastão Vieira, o ministério vai intensificar o trabalho com as demais instituições públicas para fortalecer o combate às práticas criminosas. “A exploração sexual no turismo é crime, e os responsáveis devem ser punidos. O Ministério do Turismo está atento a essas fraudes na internet para definir estratégias com todo o governo federal e coibir ações que tentem dar uma conotação negativa ao nosso país.”
Apesar da associação negativa com este tipo de turismo criminoso, a internet ainda é uma das principais ferramentas para o fomento do bom turismo. Nove em cada dez brasileiros utilizam a rede como primeira fonte de informação sobre viagens, segundo dados do ministério. É também pela internet que 81% dos brasileiros emitem passagens aéreas e 72% reservam vagas em hotéis.
Segundo o ministro Gastão Vieira, as ações de combate à exploração sexual infantil têm sido constantes no Ministério do Turismo. De um investimento de R$ 200 mil em 2005, o Programa Turismo Sustentável e Infância passou a contar com o orçamento de R$ 6,5 milhões em 2011 – foram R$ 32 milhões investidos pela pasta durante esses seis anos. Nesse período, 65 convênios foram aprovados e 163 seminários de sensibilização junto à cadeia produtiva do turismo foram realizados. Além disso, as ações de enfrentamento à exploração de crianças e adolescentes mobilizaram mais de 110 mil pessoas em todo o país. Com informações da Ascom.