A Barracuda Networks, fabricante de gateways, software e appliances de segurança, anunciou nesta sexta-feira, 27, uma nova estratégia para o crescimento na América Latina que visa concentar o foco em grandes companhias. Com grande penetração no segmento de pequenas e médias empresa, a empresa americana vai investir no treinamento de canais na região e, além de prospectar clientes, está avaliando o cenário nacional para contratações e investimentos.
De acordo com o diretor geral da Barracuda no Brasil, Daylton Monteiro, a empresa tem hoje 35 revendas no país. Deste total, 22 estão credenciadas para oferecer serviços a empresas de grande porte. A NEC, por exemplo, irá gerenciar a implantação do sistema de segurança da Barracuda no Tribunal de Contas da União (TCU) nos próximos meses. "Pesquisas apontam que US$ 900 milhões serão investidos em sistemas de segurança no Brasil neste ano, o que mostra a força do nosso mercado", comemora Monteiro.
O vice-presidente sênior de vendas da Barracuda, Michael Hughes, explica que hoje o mercado internacional responde por cerca de 35% dos negócios globais da companhia. "A Barracuda cresce de 30% a 40% ao ano e esperamos um aumento de 40% a 60% nos mercados fora dos Estados Unidos, em especial a América Latina e Ásia", explica. Segundo o executivo, a Europa deve ficar fora dessa projeção por se tratar de um mercado maduro, com natural desaceleração.
A estratégia para atingir as grandes companhias latino-americanas começa com uma série de aquisições nos últimos oito anos, que ampliaram o portfólio da Barracuda de três para 12 produtos complementares. Além da base de canais e revendas, Hughes aposta no contato direto das equipes de suporte com o cliente por meio do call center. Com subsidiárias nos Estados Unidos, Áustria e Índia, a Barracuda, porém, não oferece suporte em português e não há previsão para criação dessa unidade local. "No Brasil, estamos estudando a criação de uma unidade de fabricação de equipamentos, principalmente pelas desonerações fiscais oferecidas pelo governo", diz o executivo.
Empresa de capital fechado, a Barracuda não descarta realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO), rumor que circulou na imprensa internacional nas últimas semanas. Mesmo assim, Hughes é cauteloso ao comentar a questão. "Empresas abrem capital para conseguir dinheiro. Nossa receita e lucratividade só aumentam, por isso, não vejo o IPO como uma necessidade imediata. Vemos um bom momento para as companhias de tecnologia negociarem suas ações, chegamos a um nível de receita apropriado, mas é algo que precisamos avaliar com muito cuidado", disse o executivo. O faturamento anual da Barracuda é de US$ 250 milhões, provenientes da carteira de 120 mil clientes que tem espalhados pelo mundo, 900 deles no Brasil.