Gastos das empresas no Brasil com tecnologias de IoT atingem cerca de US$ 79 milhões em 2014

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As empresas latino-americanas aumentaram em 18% os gastos em tecnologias de "internet das coisas" (IoT) no ano passado, tendo investido US$ 54,7 milhões, em média, o que representa 0,23% das despesas globais corporativas com TI, de acordo com estudo realizado pela Tata Consultancy Services (TCS), braço de tecnologia da informação do grupo indiano Tata.

O levantamento mostra que o Brasil foi o país da América Latina que mais investiu em IoT, aproximadamente US$ 79 milhões, contra apenas US$ 1,8 milhão do México, um dos países de região que menos aplicou recursos nessas tecnologias, que permitem a conexão e comunicação entre máquinas.

Apesar do baixo investimento, o México foi um dos países, em termos globais, onde a maioria das empresas relatara um aumento de 21% nas receitas entre 2013 e 2014, fruto da implementação de iniciativas de IoT. Mas, novamente, na comparação com os demais países pesquisados, as empresas brasileiras foram  as que registraram maior expansão da receita, em torno de 11% a 20%. A expectativa é que em 2018 os orçamentos sejam maiores, com as empresas latino-americanas gastando 22% a mais em IoT.

O estudo mostra que praticamente uma entre dez organizações obteve elevação de pelo menos 30% na receita. Além disso, um grupo de 8% dos entrevistados, selecionado com base no melhor retorno sobre investimentos em IoT, reportou ganho médio de receita de 64% em 2014 como resultado direto de iniciativas de IoT.

As companhias norte-americanas foram as que registraram os maiores ganhos, 18,8%. A Europa como um todo apresentou crescimento de 12,9%, enquanto a região da Ásia-Pacífico viu um aumento de 14,1%. Neste ano, as empresas europeias planejam investir US$ 93,9 milhões em média em IoT, com as empresas francesas liderando o grupo (US$ 138 milhões em média) à frente da Alemanha (US$ 86,2 milhões) e do Reino Unido (US$ 80,9 milhões).

Entre as 795 empresas entrevistadas, 12% disseram que planejam investir US$ 100 milhões neste ano e 3%, o mínimo de US$ 1 bilhão. O relatório da TCS também mostra que as empresas esperam que seus orçamentos para IoT continuem crescendo ano a ano, cujos valores devem aumentar 20% até 2018, somando US$ 103 milhões.

O estudo mostra que o uso mais frequente das tecnologias de IoT pelas empresas é o monitoramento de clientes através de aplicativos móveis — quase metade de todas as empresas (47%) adota essa prática. Mais da metade (50,8%) das organizações que lideram as iniciativas de IoT admite investir nessas tecnologias para rastrear seus produtos e saber como eles estão se comportando, enquanto isso acontece apenas com 16,1% dos entrevistados com os níveis mais baixos de retorno sobre investimentos em IoT.

Cultura: o maior obstáculo

Apesar dos dados animadores sobre investimentos em IoT e os impactos positivos na receita das empresas, o relatório revela também que ainda existem grandes barreiras para a IoT se tornar realidade no mercado mundial. Entre os principais obstáculos, o estudo aponta a falta de cultura corporativa, ou seja, a dificuldade de fazer os funcionários mudarem a maneira como enxergam clientes, produtos e processos.

Outro aspecto são as questões envolvendo a tecnologia, que continuam sendo motivo de preocupação, incluindo a capacidade de lidar com grandes volumes de dados, desenvolvimento interno versus externo, a integração da IoT com sistemas corporativos, segurança e confiabilidade.

Entre os setores apontados como aquele com maior potencial para se beneficiar da IoT está o de saúde, um dos mais atrasados nessa área devido a restrições regulatórias e preocupações relacionadas à segurança de dados que atualmente dificultam a inovação. O setor planeja investir apenas 0,3% de sua receita em IoT neste ano, com expectativa de que aumente esse valor em pelo menos 30% até 2018. O segmento da saúde impulsionado pela IoT deve valer US$ 117 bilhões até 2020.

O segmento de manufatura industrial foi o que reportou o maior aumento na receita gerado pela IoT, com uma média de 28,5%, seguido pelos setores de serviços financeiros (17,7%) e mídia & entretenimento (17,4%). A indústria automotiva tem o menor ganho de receita com apenas 9,9%.

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