A Stella Tecnologia, empresa nacional especializada no segmento de drones, desenvolveu o Atobá, veículo remotamente pilotado. Trata-se de um drone estratégico, desenvolvido no Brasil e com tecnologia nacional, que possui 11 metros de envergadura, capacidade de transportar 70 kg de carga e que pode ter várias aplicações duais – segmento civil e militar.
Com esse lançamento, o Brasil entra num seleto grupo de fabricantes de drones de grande porte, como Irã, China, EUA e Emirados Árabes. O veículo está programado para atender os segmentos de Defesa e Segurança nos mercados nacional e internacional.
O voo inaugural do equipamento foi feito no final de julho e cumpriu com todos os requisitos técnicos e de segurança. "Ficamos impressionados com a estabilidade e o comportamento da aeronave durante as simulações de voo. Tínhamos certeza dessa performance, pois são anos trabalhando nesse projeto brasileiro. Estamos orgulhosos", afirmou um dos fundadores e CEO da Stella Tecnologia, Gilberto Buffara Jr.
O Atobá nasceu como uma alternativa economicamente viável e da necessidade de uma solução nessa área estratégica – VANT MALE (Medium Altitude, LongEndurance), e capitaliza experiência acumulada desde 2004 no desenvolvimento desse tipo de tecnologia pelos integrantes da equipe, entre eles, alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
Com alcance de um raio de 250 km e autonomia de 28 horas de voo, o Atobá pode transportar 70 kg de carga. A aeronave tem 11 metros de envergadura e é propelida por um motor a gasolina de 4 tempos, extremamente eficiente com a potência de 60 hp. Para decolar e pousar, necessita apenas de uma pista de 400 metros. Além de fácil transporte, o drone tem um sistema de montagem e desmontagem simplificado.
Extremamente versátil, o Atobá é uma poderosa e eficaz ferramenta para monitoramento de nossa faixa oceânica e fronteiras terrestres, além de poder prestar auxilio na segurança pública e no monitoramento de grandes eventos. "Nós queremos estabelecer parcerias sólidas com as nossas Forças Armadas e de Segurança Pública em projetos de vigilância e proteção das nossas fronteiras e operações de segurança. Acreditamos que temos muito a contribuir com o nosso país", afirmou o CEO da Stella Tecnologia.
O aparelho é visto como estratégico para as Forças Armadas, já que o processo nacional no desenvolvimento do Atobá apresenta menor custo e ainda pode gerar empregos no país. Além disso, oferece persistência operacional sobre uma determinada área por um longo período de tempo, autonomia de voo, e a capacidade de realizar operações remotas. O Atobá foi desenvolvido para igualar ou superar veículos da mesma classe no mercado internacional.
Pandemia – Mesmo com o cenário econômico afetado pela crise da pandemia da Covid-19, a discussão do uso de drones tem ganhado destaque, e a Stella continuou investindo nessa tecnologia, que pode ser uma alternativa para esse momento que exige o distanciamento social. "Existem várias propostas viáveis de utilização de sistemas não tripulados no mundo. A natureza da mercadoria aeronáutica faz com que produtos específicos sejam utilizados para cada tipo de missão. Nós estamos abertos para estudar aplicações criativas para o emprego do sistema Atobá. Nosso custo de aquisição torna possível o uso do drone em uma ampla gama de aplicações", declarou Buffara.
O primeiro voo do Atobá ocorreu no dia 20 de julho, data do aniversário de Alberto Santos Dumont, pioneiro da aviação brasileira, e foi um sucesso. A estabilidade e a previsibilidade da aeronave aos comandos foram excelentes. Veja o vídeo
A Stella desenvolve seus sistemas baseado nas normas brasileiras e na Stanag (StandardizationAgreement) da OTAN –pertinentes ao desenvolvimento e à implementação de aeronaves não tripuladas.