A indústria brasileira de software e serviços de TI deve movimentar R$ 63 bilhões neste ano, cifra que deve crescer a uma taxa média de 7,7% ao ano até 2016, de acordo com dados do Observatório Softex, unidade de análises e pesquisas da Sociedade Softex. “Ainda será acima do PIB, mas um pouco menor do que o registrado no período anterior. Há uma tendência de desaceleração do crescimento, mas não muita”, disse a gerente do Observatório Softex, Virginia Duarte, durante o 9º Encontro Nacional de Tecnologia e Negócios (Rio Info 2011).
A previsão da Softex considera um PIB moderado de 4,5% ao ano, até 2016. Virginia disse que se a economia crescer acima de 4,5%, a tendência é que a indústria fique mais aquecida. Entre 2003 e 2009, a expansão média anual foi de 8%. “Você tem um movimento das pequenas [empresas], que estão ganhando robustez, apesar de a concorrência estar muito acirrada para o setor. Você tem um crescimento importante de receita, mas tem também uma concorrência que está se intensificando com o tempo”, apontou.
Ela concorda com a opinião do presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro (Seprorj), Benito Paret, de que está havendo uma estagnação da indústria fluminense de TI, embora ela permaneça na segunda posição do ranking nacional em número de empresas, pessoas ocupadas e receita. "Enquanto São Paulo cresce a taxas significativas, o Rio de Janeiro está dando uma estagnada. E, provavelmente, o Benito tem razão, isso se deve à questão de incentivo fiscal."
Segundo o presidente do Seprorj, a redução prevista de 5% para 2% no Imposto sobre Serviços (ISS) para o setor de TI do Rio de Janeiro não ocorreu até agora, o que prejudica a indústria local. Por outro lado, está havendo um crescimento importante nos estados do Sul, que mostram expansão superior à do Rio e de Minas Gerais, revelou a gerente do Observatório Softex.
Virginia analisou ainda que a tendência é haver uma expansão dos empregos formais no setor de TI, devido as medidas adotadas pelo governo federal de desoneração da folha de pagamento. Isso deve mudar a composição da força de trabalho, com a inclusão de pessoas terceirizadas na folha. "O mercado de trabalho formal, de assalariados e celetistas, vai crescer e vai diminuir o número de sócios de empresas. Isso é bom, porque a concorrência está braba." As informações são da Agência Brasil.