Montar uma estratégia de mobilidade corporativa que envolva aplicativos para os diferentes sistemas operacionais (OS) e dispositivos pode acabar tendo um custo proibitivo para muitas empresas, caso optem por montar equipes internas ou contratar desenvolvimento customizado com terceiros.
Foi pensando nisso que a Mowa trabalha há dois anos em parceria com o Laboratório de Tecnologia de Software da USP e com o apoio de recursos da Finep no desenvolvimento de uma plataforma de mobile que funciona no conceito de softwae como serviço (SaaS). Chamada Universo, a plataforma de aplicativos é um framework multiplataforma, com uma biblioteca com cerca de 50 funcionalidades (moblets) e 25 templates pré-definidos. "Muitos dos nossos projetos eram perdidos pelo custo e por isso criamos o Universo, onde em poucos minutos é possível criar um aplicativo, sem nenhum conhecimento de rogramação", conta o CTO da Mowa, Guilherme Santa Rosa, que participou nesta terça, 27, do Fórum Mobile+, em São Paulo. A plataforma está aberta para teste no site http://portal.universo.mobi
Na prática, a plataforma dispensa conhecimento prévio de linguagem de programação e porta automaticamente o aplicativo criado para as plataformas iOS, Android e J2ME. Uma vez criado, o app recebe um QR code para ser divulgado por quem o criou nas redes sociais, atualmente Twitter, Facebook e Orkut, ou ainda via email. Os QR codes também podem ser impressos e distribuídos, lembra Santa Rosa. Ele explica que, para que os aplicativos sejam incluídos nas lojas de aplicativos é preciso passar que sejam submetidos à certificação daquelas, e que como o processo não é tão simples, a Mowa pretende montar um passo-a-passo para ensinar os clientes do Universo. Mas é preciso transformar o site em um ícone e evitar assim as lojas de aplicativo.
Próximos passos
O Universo está disponível na versão freemium, numa espécie de beta teste. A criação de apps é gratuita, mas eles exibem publicidade. Santa Rosa revela que, por enquanto, a única publicidade exibida é da própria plataforma, para divulgação da ferramenta, entretanto, não está descartada a venda desse espaço publicitário a anunciantes. "Para isso, precisaremos ter um inventário móvel representativo, mas está nos nossos planos", admite.
Na sequência, duas versões premium serão lançadas. Até o final do ano, o Universo terá uma versão sem publicidade, com assinatura que deve custar menos de R$ 100 ao mês, e que deve incluir novidades como a divulgação dos aplicativos criados via SMS e a portabilidade para aplicativos nativos do iOS. Atualmente, os aplicativos para o OS da Apple são, na verdade, webapps baseados em HTML5.
Para o primeiro trimestre de 2012, a expectativa é lançar a versão mais avançada da plataforma, que inclui ferramentas de transações financeiras para m-commerce e m-payment, com mensalidade entre R$ 200 e R$ 300. "Estamos integrando a Blue Via, da Telefônica/Vivo, ao Universo para oferecer transações com cobrança direto pelo billing da operadora na conta do usuário e estamos também em negociações com a PayPal, Paggo, Bras Pag e outras".
Playboy
Com a plataforma da Mowa, Editora Abril está criando apps pagos com conteúdos exclusivos para servem comercializados diretamente nas lojas das operadoras.
Um exemplo são aplicativos individuais de edições da revista Playboy. A cobrança será feita por download, deve custar entre R$ 6 e R$ 7, e será realizada diretamente na conta do usuário, em parceria com a Vivo.
No caso específico da Playboy, a publicação do aplicativo em HTML5 permitirá à Abril oferecer conteúdos adultos a donos de iPhones e iPads, sem que a fabricante dos aparelhos possa interferir. Vale lembrar que a Apple não aprova aplicativos com esse tipo de conteúdo.