Sem surpresas, a BlackBerry anunciou nesta sexta-feira, 27, os resultados financeiros do segundo trimestre do ano fiscal de 2014, encerrado em 31 de agosto. Conforme previsto pela própria companhia, a empresa contabilizou prejuízo recorde de US$ 965 milhões no período, cifra 310% superior a perda de US$ 235 milhões registrada no mesmo trimestre do exercício fiscal anterior. A receita também ficou dentro do projetado pela empresa, de US$ 1,57 bilhão, o que representa retração de 45% ante os US$ 2,86 bilhões do segundo trimestre do ano fiscal de 2013. A área de hardware respondeu por 49% da receita, a de serviços por 46% e a de software e outras, por 5%.
Na quebra da receita por região geográfica, o desempenho também foi ruim. Na região da Europa, Oriente Médio e África (EMEA), onde havia registrado receita de US$ 1,08 bilhão em igual trimestre do ano fiscal passado, a cifra ficou em US$ 686 milhões no exercício fiscal vigente. A América Latina foi a região com o pior desempenho no período, arrecadando US$ 196 milhões, 62% a menos que no mesmo trimestre do ano fiscal de 2013. A América do Norte registrou queda de 52%, com US$ 414 milhões, e a região da Ásia-Pacífico teve retração de 28%, contabilizando US$ 277 milhões em receita.
Como já havia sido anunciado nesta semana, a empresa não realizou a conferência com analistas para discutir os resultados, apenas disponibilizou o informe. Nele, o CEO e presidente Thorsten Heisn diz estar "muito decepcionado com os resultados operacionais e financeiros deste trimestre", reiterando as mudanças já anunciadas em sua estrutura de custos. "Compreendemos como algumas das nossas atividades estão passando por incertezas, mas continuamos a ser uma empresa financeiramente forte, com US$ 2,6 bilhões em caixa e nenhuma dívida. Estamos focados em nossos mercados-alvo e empenhados em completar nossa transição rapidamente, a fim de criar uma empresa mais focada e eficiente", declarou.
O péssimo desempenho culminou na reação negativa dos investidores e numa queda expressiva das ações da companhia, o que gerou uma movimentação rápida para a venda de suas operações. Na segunda-feira, 23, a ex-Research In Motion (RIM) assinou carta de intenção para ser adquirida por US$ 9 por ação por um consórcio liderado pela Fairfax Financial, que detém cerca de 10% de suas ações. A operação é avaliada em US$ 4,7 bilhões.