Empresas de software do país exportaram US$ 307 milhões

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Juntas, as 30 maiores empresas brasileiras produtoras de software exportaram em 2004 US$ 307 milhões, um volume correspondente a 97% das exportações brasileiras no setor, que atingiram US$ 314 milhões no mesmo período.

Este é um dos resultados do levantamento divulgado hoje (27/10) pelo Observatório Digital, área de pesquisa da Softex lançada oficialmente hoje (27/10), criada para auxiliar os setores público e privado na tomada de decisões relativas à indústria brasileira de software e serviços correlatos.

A pesquisa traçou um perfil das empresas brasileiras exportadoras de software com o propósito de fornecer subsídios para a formulação de políticas governamentais de incentivo ao setor. Das companhias pesquisadas, 22 possuem capital nacional. Dentre essas empresas com controle acionário no exterior, 50% pertencem à União Européia e 38% aos Estados Unidos.

O levantamento apontou que 14 grandes empresas nacionais e nove subsidiárias de multinacionais são responsáveis por 88% das exportações brasileiras de software. Os Estados Unidos, com cerca de 30%, e a União Européia, com aproximadamente 20%, representam os principais mercados compradores.

Juntas, as empresas geram 21 mil empregos, sendo que 89% deste total são de caráter permanente. Entre as principais aplicações de software ou serviços de software desenvolvidos pelas empresas para o mercado externo estão desenvolvimento, implantação, integração e manutenção de sistemas; gestão e CRM; consultoria em geral; automação industrial; gestão de documentos; gestão integrada-ERP; gestão de conteúdo; desenvolvimento de páginas web; contabilidade; administração de recursos humanos e implantação de intranet ou extranets.

Quanto aos entraves à exportação, os itens mais citados foram carga tributária, câmbio, desconhecimento do software brasileiro no exterior, ausência de uma política industrial e processos burocráticos excessivos.

Outro ponto levantado pela pesquisa diz respeito aos fatores que afetam a competitividade das empresas brasileiras de software no exterior. Os principais itens identificados foram qualidade, pontualidade, flexibilidade no atendimento, pessoal altamente qualificado e treinado, preço de venda e capacidade de inovação.

A pesquisa apontou, ainda, alguns temas para reflexão no sentido de incrementar a presença do software brasileiro nos mercados internacionais. Entre eles estão a necessidade de um estatuto legal para a promoção do software dentro da Lei de Informática; a importância da MP 252, ainda em discussão no Congresso, que instituiu o Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação (Repes); o fortalecimento das linhas de crédito do BNDES e o apoio à pesquisa e ao desenvolvimento.

Para o secretário de Políticas de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Lopes, o Observatório Digital terá importante papel de fornecer subsídios para a formulação e correção de rumos da política em andamento na área de software. "O setor é um dos prioritários da política industrial.

O Brasil, desde 1993, quando a Softex foi criada, persegue a meta de se posicionar como um grande produtor no mercado internacional."
Segundo Lopes, a meta é de US$ 2 bilhões anuais de exportações. "Os dados trazidos pela pesquisa são muito importantes, porque mostram que ainda estamos no patamar de US$ 300 milhões e precisamos avançar fortemente para que possamos alcançar as metas".

Com material da Agência Brasil.

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