Indústria de eletroeletrônicos interrompe venda para o varejo

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O setor de eletroeletrônicos, principalmente de computadores e celulares, passa por um momento delicado ante à crise financeira mundial. Com a grande flutuação do dólar, as empresas não conseguem definir o preço de venda para o varejo e, em razão disso, a maioria suspendeu as negociações, cumprindo apenas os contratos já fechados, sem aceitar novos pedidos.
O motivo é que boa parte dos componentes utilizados na fabricação de celulares e PCs são importados e tem seu preço taxado em dólar. "Dessa forma, enquanto permanecer essa grande variação do câmbio, as indústrias ficam sem condições de estabelecer os preços dos produtos que vão vender para o varejistas e por isso interromperram as vendas. As empresas não podem modificar os preços diariamente. Essa suspensão de vendas vem acontecendo com maior força há três semanas", afirmou Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee).
De acordo com o executivo, as empresas não conseguem definir preços porque, se estabelecem valores levando em conta a cotação alta do dólar, podem perder vendas para seus concorrentes, e caso vendam os produtos utilizando um valor mais baixo para o dólar, podem ter prejuízos.
Volatilidade fatal
"Essa volatilidade é fatal. A melhor saída é aguardar que o dólar se estabilize em determinado valor para voltar a vender para o varejo. Isso não pode permanecer dessa forma por muito tempo. É um momento delicado e de muita turbulência", opinou Barbato. No entanto, ele apontou que a indústria não conseguirá segurar as vendas por mais de três semanas e que o dólar tem que estabilizar o quanto antes para as empresas retomarem seus negócios normalmente.
"Esperávamos que nessa altura já houvesse um novo patamar para a taxa de câmbio. Isso tem de acontecer logo. Estamos represando as vendas para os próximos dias, quando acreditamos que a taxa de câmbio estará adequada. Porém, esse tipo de artifício pode ser usado até um período", comentou Barbato. Caso a flutuação do dólar não termine nas próximas semanas, uma das saídas das empresas pode ser parar a produção e dar férias coletivas para os funcionários, ou até, em último caso, começaram a demitir.
Cotação Média
Sobre o tempo que falta para que essas medidas sejam colocadas em prática, Barbato diz que "depende de cada empresa, desde estoque até capital que tem para suportar esse cenário". Outra saída possível, revelada por Barbato, será a de algumas empresas estabelecerem os preços dos produtos levando em conta uma cotação média do dólar. "Se a empresa não conseguir suportar o tempo de inatividade e estiver muito estocada, essa será uma ação plausível de acontecer", comentou.
Com esse cenário, o executivo frisou que as vendas de Natal serão afetadas pelos acontecimentos. "Alguns varejistas realizaram os pedidos antes e nós estamos entregando, mas muito fazem apenas em outubro e novembro, e nós não estamos aceitando. As vendas para atender o Natal estão prejudicadas", concluiu Barbato.
Em relação às exportações, o executico disse que a flutuação cambial não tem um impacto tão pesado nos negócios, já que os preços em dólar não se modificaram.

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