Solução ajuda SES-MG a tornar mais ágil rede de saúde

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Saúde e qualidade de vida devem ser as principais preocupações do Estado, e a população deve cobrar seus representantes para que possam gozar de um bom sistema de saúde. Em Minas Gerais, o programa de atenção em Urgência e Emergência tornou-se, em 2009, uma referência para o país e para a América Latina. O governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SESMG), fortaleceu a rede de atenção de urgência e emergência, de modo a garantir à população serviços de saúde de qualidade.
Por meio de uma rede, composta por hospitais, Unidades de Saúde, Central de Regulação Assistencial, Sistema de Transporte em Saúde, SAMU Regional, programas estruturadores e projetos associados, a urgência e emergência seguem a lógica da regionalização e adotam uma linguagem única nos pontos de atenção. Os pontos foram interligados a partir de uma linguagem comum a todas as unidades componentes depois que a SES comprou os direitos de utilização do software Alert e do Protocolo de Manchester, em um investimento de R$ 48 milhões, e se tornou o primeiro estado brasileiro a adotar o Protocolo de Manchester como linguagem da Urgência e Emergência do SUS.
O Protocolo de Manchester é a ferramenta utilizada para a classificação do atendimento ao paciente. Com ele, os doentes são atendidos de acordo com a gravidade clínica e não mais pela ordem de chegada como era feito antes em todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do estado, gerando problemas para aqueles que necessitavam de atendimento imediato.
"Muitos usuários precisavam aguardar muito tempo nas unidades de atendimento, sendo que alguns sofriam com, por exemplo, um pequeno esfolado no joelho e eram atendidos antes de outros que apresentavam quadros mais graves. Com a adoção do protocolo internacional, o atendimento que era feito por ordem de chegada passou a ser precedido de uma avaliação inicial do quadro do paciente no momento em que ele chega ao ponto de atendimento. Assim, o sistema atribui uma cor relacionada com o tempo de espera para o atendimento", explica Rasível Reis, coordenador estadual de Urgência e Emergência da SES-MG.
O método consiste em identificar a queixa inicial e estabelecer o tempo que o paciente pode esperar pelo atendimento, variando de acordo com a gravidade. Na classificação, a cor vermelha (emergência) tem atendimento imediato; a laranja (muito urgente) prevê atendimento em 10 minutos; o amarelo (urgente), 1 hora; o verde (pouco urgente), 2 horas e o azul (não urgente), 4 horas.
Solução integrada
O sistema Alert tem a função de permitir acesso aos dados dos pacientes após a triagem realizada pelo protocolo. O software opera integrado ao SUSFácil, outro aplicativo instalado nos computadores de todos os estabelecimentos de saúde credenciados pelo SUS. Não houve necessidade de alterações nos hardwares ou nos sistemas operacionais e de banco de dados dos hospitais, pois uma central controla os leitos disponíveis no momento da internacional e solicita a vaga, verificando para onde será possível encaminhar o paciente.
O primeiro hospital a adotar a solução foi o João XXIII, no início de julho de 2008. Hoje, além desta instituição instalada em Belo Horizonte, também utilizam o protocolo o Hospital Odilon Behrens, o Hospital das Clínicas da UFMG, o Hospital Risoleta Tolentino Neves e o Hospital Municipal Monsieur Flávio Dantas de Sete Lagoas.
Na Macro Norte, região norte do estado, adotaram o protocolo o Hospital Clemente de Farias de Montes Claros, Hospital Aroldo Torinho de Montes Claros; Hospital Regional de Janaúba; Hospital Municipal Moises Magalhães de Pirapora; Hospital Municipal Senhora Santana de Brasília de Minas; Hospital Santo Antônio de Taiobeiras e a Santa Casa de Montes Claros. O Hospital das Clínicas de Uberaba e o Hospital Santa Rosário de Teófilo Otoni estão em fase de implantação. Em 2010 seis novos hospitais adotaram o protocolo e, segundo a secretaria, todos os novos hospitais de Minas Gerais já apresentarão em seus projetos de TI a solução Alert.
De acordo com Welfane Cordeiro, coordenador estadual de Urgência e Emergência da SES-MG, para que uma rede de atenção à urgência e emergência seja eficaz, é necessário que esteja bem definido o fluxo de atendimento e que as unidades de saúde sejam preparadas para receber a demanda. Isto significa concentrar na atenção básica os casos de menor complexidade e nos hospitais as situações que envolvem risco iminente de vida, como traumatismos e queimaduras.
Seguindo esta lógica, é possível focar os hospitais na sua verdadeira vocação de atendimento a casos realmente graves e encaminhar para a atenção primária situações que podem ser resolvidas nas UBS. Essa forma de organização tem um impacto grande na mortalidade, diminuindo em até 50% a mortalidade por causas como infarto e acidente vascular cerebral.
Com esta estratégia, a rede de urgência em Minas pretende não apenas encaminhar o paciente ao hospital mais próximo, como também identificar a unidade melhor capacitada para atender o caso. Rasível Reis informa que essa eficiência e melhor organização foram motivos para que a SESMG optassem pelo sistema após quase um ano de pesquisa de mercado.
Segundo pesquisa feita por uma universidade do estado, o sistema reduz custos em até R$ 8 milhões ao longo de ano de operação em um hospital com 350 leitos, valor que pode ser dirigido a outros setores de saúde, como no atendimento do SAMU.
Como funcionou o sistema
A Macro Norte, que possui 86 municípios e uma população com mais de 1,6 milhão de habitantes, é um exemplo do funcionamento do sistema. Em 2009, a SES estruturou a Rede da Macro com a regionalização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), que passou a integrar toda a região. Funcionando 24 horas por dia, sete dias por semana, a Central regula o paciente a partir do momento em que é feita a solicitação de sua internação. O sistema Alert controla os leitos disponíveis na região e, no momento em que é solicitada a vaga, é feito um rastreamento no sistema, verificando para onde será possível encaminhar o paciente.
"Para garantir a segurança, o paciente é transportado nos veículos do Sistema Estadual de Transporte em Saúde (SETS), devidamente acompanhado de um enfermeiro. O trabalho integrado possibilita, de fato, garantir ao cidadão o acesso à saúde", afirma o coordenador.
Este projeto da construção das redes de atenção às urgências foi implantado em 2010, em outras três macros: Centro, Centro-Sul e Nordeste/Jequitinhonha. Ele tem como base os mesmos pilares da lógica utilizada na macro norte, com classificação de risco em todos os pontos de atenção (Protocolo de Manchester); classificação dos pontos de atenção hospitalar por tipologia e função dentro da rede; serviço de atendimento móvel de urgência regionalizado (SAMU-192) e complexo regulador.

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