Ao mesmo tempo em que a evolução da internet cria novas mídias, cria também um enorme desafio para as empresas explorarem esse potencial de maneira eficiente, uma vez que as iniciativas ainda são bastante incipientes. A chamada web 2.0 nada mais é do que uma plataforma aberta de colaboração onde cada usuário não é apenas o consumidor de conteúdo, mas também seu próprio produtor. Além disso, o conceito prevê que softwares funcionem na plataforma web de maneira colaborativa, onde cada internauta pode contribuir para melhorá-lo.
?É como se a rede fosse um gigantesco sistema operacional. Software é algo que você faz na rede, pela rede e com a rede. Em um modelo em que usuários colaboram com a construção de um sistema, a web se transforma em uma plataforma global de desenvolvimento de software?, define Abel Reis, vice-presidente da Agência Click, palestrante do Seminário Web 2.0, promovido pelas revistas TI INSIDE e TELETIME nesta quarta-feira, 28 em São Paulo.
Outro fenômeno intrínseco à nova geração da internet, apontado por Abel Reis, são as ?nanoaudiências?. Trata-se do micro-universo de espectadores que cada blog tem. Aparentemente não seria relevante para uma companhia atingir esse público. No entanto, como o universo de blogs é enorme, esse conjunto de ?nanoaudiências? forma uma massa que pode até ser maior que os grandes concentradores de usuários, como os portais, conceito conhecido como long tail. ?É um enorme desafio atingir essa granularidade de audiências?, diz ele. ?Não se sabe onde está o par de olhos do seu consumidor?.
?Web 2.0 é uma série de aplicações que propiciam e potencializam a formação de redes sociais digitais. Redes sociais são coletivos de pessoas e agentes que interagem direta ou indiretamente entre si e constroem certos padrões recorrentes de relacionamento e comportamento. Criar iniciativas de redes 2.0 significa ver de que maneira as pessoas vão participar do espaço social que está sendo criado e como essa participação pode ser potencializada?, afirma o especialista.
Negócios
Cresce entre as empresas a criação dos chamados blogs corporativos. Se por um lado é uma maneira inteligente de se comunicar e de trocar informações com parceiros, clientes e fornecedores, a ferramenta coloca a companhia ?em um mundo em que é muito fácil se confessar, é fácil sua reputação entrar em jogo, seja você uma empresa, pessoa ou marca?, diz Reis. ?A gestão da reputação, ainda é um enrosco?, completa.
Reis apresenta o case da Coca-Cola para exemplificar iniciativas de web 2.0 aplicados ao mundo dos negócios. Trata-se do Coke Ring, uma espécie de concurso permanente de blogs. Os blogueiros se inscrevem em anéis temáticos como esporte, cinema, música etc, e a rede escolhe a cada quinze dias o melhor blog daquela categoria. Os anéis são gerenciados por um editor escolhido pela própria rede, que é responsável por zelar pelo cumprimento do termo de conduta que cada um assina ao entrar no concurso. ?Esta iniciativa é que alavanca a marca nas nanoaudiências?.