Operando no Brasil desde 1999 e atualmente presente em quatro estados, a Fnac, rede francesa de livrarias, terceirizou a rede privativa que interliga suas lojas físicas, sede e seu centro de distribuição. O modelo adotado permitiu à empresa, primeiro distribuidor europeu de produtos culturais e de lazer, aumentar a qualidade dos serviços disponibilizados e manter o foco em ações estratégicas relacionadas às suas atividades.
O projeto de outsourcing foi desenvolvido em 2003 pela Compugraf, integradora de soluções para comunicação empresarial e de redes privativas virtuais. ?O trabalho da Compugraf foi primordial para o nosso crescimento, pois terceirizando o gerenciamento da rede aumentamos a qualidade dos serviços e pudemos ampliar nosso foco em atividades mais estratégicas? explica Fábio Selingrin, gerente de TI da Fnac. Segundo ele, esse modelo facilitou também o momento da migração para tecnologias mais avançadas que acompanharam o crescimento da operação. No início, o projeto foi apoiado em tecnologia Frame Relay e, posteriormente, com o aumento da demanda de tráfego e da variedade de serviços, migrado para MPLS (Multiprotocol Label Switching).
Quando a Fnac abriu sua primeira loja no Brasil, em 1999, o gerenciamento da rede e a negociação do fornecimento de links e roteadores era feito pela equipe interna de TI. ?A administração e a resolução de problemas da rede demandavam muito tempo da equipe?, lembra Selingrin, completando que a realização de alguns estudos apontou o outsourcing como a alternativa com a melhor relação custo-benefício.
Em 2003 a Fnac possuía quatro lojas no Brasil: São Paulo (Pinheiros e Avenida Paulista), Campinas e Rio de Janeiro, além do centro de distribuição localizado em Tamboré. Com o projeto desenvolvido pela equipe técnica da Compugraf, a base de dados da empresa foi unificada através da tecnologia Frame Relay, que divide as informações trafegadas em frames (quadros) ou pacotes. Esta tecnologia de comunicação, baseada em uma forma simplificada de codificação de pacotes que carregam um endereço usado pelos equipamentos da rede para determinar o seu destino, também foi implementada nas demais lojas inauguradas após o início da parceria, localizadas em Brasília e Curitiba.
A partir de uma decisão estratégica, a Fnac transferiu sua sede administrativa da unidade de Pinheiros para um prédio localizado na Avenida Faria Lima, no Jardim Paulistano. A migração, que aconteceu de junho a agosto de 2006 e a inauguração, em outubro, da nova loja em São Paulo (Shopping Morumbi), motivou a troca da tecnologia de comunicação de Frame Relay para MPLS. ?Frame Relay é uma tecnologia defasada, estávamos ficando para trás. Com MPLS podemos usar a rede tanto para dados quanto para voz, e outras utilizações?, explica Selingrin.
De acordo com Sergio Petená Cortez, gerente projetos da Compugraf, os benefícios da rede MPLS são grandes quando comparados aos da rede Frame Relay. ?Com essa tecnologia foi possível disponibilizar na rede os serviços de QoS (Quality of Service), um organizador do tráfego de rede que define prioridades e limites, melhorando a percepção de velocidade e a engenharia de tráfego?, explica. Com a troca de tecnologia a empresa também reduziu custos com telefonia, já que todas as ligações entre as lojas agora são efetuadas através de VoIP, sem custos adicionais.
Pela rede passam também o circuito fechado de TV que monitora a movimentação de todas as lojas ? o correio eletrônico de troca de mensagens entre as filiais e o ERP desenvolvido internamente pela equipe de TI. ?A rede MPLS foi um grande ganho para a empresa: com ela, além de mais serviços, temos maior controle sobre todos os processos internos?, diz o gerente de TI da Fnac.
Com a bem sucedida experiência de terceirização dos serviços de rede, o modelo foi expandido. Em 2004, a Fnac reestruturou seu site a fim de torná-lo ferramenta de vendas mais eficaz e solicitou a Compugraf serviços de gerenciamento da performance técnica da loja virtual. ?Quando os trabalhos foram iniciados, utilizávamos um link de apenas 2 Mbps. Com a reestruturação do site e inclusão da oferta de novos produtos, foi necessário aumentar o link utilizado?, conta Selingrin. ?Atualmente mantemos a política de não ultrapassar 60% da capacidade da banda destinada ao site da Fnac?, explica. Com o plano de crescer 138% em vendas em 2007, será necessário ampliar ainda mais a capacidade do link. ?Estamos tranqüilos porque com o gerenciamento pontual da rede realizado pela Compugraf, podemos constatar o momento certo para aumentarmos a banda utilizada?, finaliza.