Depois da assinatura dos contratos das licenças das faixas de 3G, prevista para esta terça-feira, 29/4, em Brasília, a Claro vai lançar novas redes em 2,1 GHz a partir do final deste mês. Segundo João Cox, presidente da Claro, os fornecedores Ericsson, Huawei e Nokia Siemens "estão sob pressão" para correr com a infra-estrutura permitindo dar início aos serviços.
A empresa já fez um pré-lançamento da rede 3G em Una, na Bahia, neste mês, mas não detalha quais cidades serão as próximas e em que Estados.
A Claro iniciou a oferta da rede 3G em novembro na faixa de 850 MHz em Fortaleza, Recife e Brasília, iniciando logo a seguir nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. As faixas na freqüência de 2,1 GHz, adquiridas no leilão, no final do ano passado, completa a cobertura da operadora no resto do País. A empresa pagou R$ 1,4 bilhão pelas licenças. Além desse desembolso, a América Móvil prevê investimentos de mais R$ 2 bilhões principalmente na infra-estrutura de redes (2G e 3G) em 2008.
Os serviços de valor agregado (SVA) das redes 3G ainda não tiveram reflexos nos resultados da companhia no primeiro trimestre deste ano. O crescimento de 49% da receita em SVA ano a ano deveu-se ao crescimento da transmissão de dados que era muito baixa no início de 2007. A receita líquida de serviços cresceu 22% no trimestre em relação ao primeiro trimestre de 2007.
Sobre a queda do Arpu combinado da Claro no trimestre de R$ 27 para R$ 26 comparado ao mesmo período do ano passado, deveu-se ao incremento da base de assinantes pré-pagos e promoções, como a da oferta de fale um minuto e ganhe 20. "Isso afetou o Arpu mas aumentou nosso tráfego de minutos", diz Cox.
Outro destaque, segundo o executivo, foi o aumento dos clientes pós-pagos que cresceu 4,6% no trimestre e 39,4% ano a ano, devido principalmente ao aumento da adesão à planos corporativos.
Queda na velocidade
Sobre a defasagem da velocidade da banda larga móvel da rede 3G da Claro, sentida por alguns usuários, e que resultou em um aumento do número de reclamações da operadora junto à Anatel no último trimestre, Cox destaca que apesar da rede HSDPA permitir velocidade de até 7.2 Mbps, no contrato a operadora especifica que a empresa deverá entregar até 10% dessa velocidade, chegando a 1 Mbps.
"Mesmo assim, se há muita concentração do uso em determinada região de São Paulo, por exemplo, essa velocidade pode ser menor. Estamos adaptando nossas estações radiobase à demanda. Esse foi um período de teste", explicou o executivo. A operadora tem em torno de 1 mil ERBs 3G instaladas no País, sendo em torno de 400 em São Paulo. Outro problema apontado por Cox é que alguns aparelhos 3G não estariam adaptados a velocidades maiores.