O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta segunda-feira (28/5), a aprovação de R$ 1,5 bilhão para financiar a implantação da rede GSM da Vivo. Parte dos recursos também será usada para a expansão da capacidade de tráfego nos 19 estados atendidos pela operadora. A Vivo é a única companhia do país a apostar na tecnologia CDMA para celulares de terceira geração, enquanto suas concorrentes optaram pelo GSM.
A rede GSM ficará sobreposta à atual CDMA, que hoje cobre 2.295 municípios. A empresa possivelmente não ampliará a cobertura CDMA para outras cidades, mas investirá na melhoria de qualidade e na expansão de capacidade para suportar o crescimento da base de assinantes.
O projeto da Vivo prevê que até julho deste ano todos os municípios estejam cobertos pela tecnologia GSM, igualando a área de cobertura da rede original CDMA. A empresa concentrará os investimentos em 2008 no aumento gradual da capacidade de tráfego da nova rede GSM em função do crescimento da base de assinantes.
A operadora também vai usar o empréstimo do BNDES para atualização tecnológica da rede. A implantação da rede GSM permitirá, no futuro, a migração dos serviços do grupo para a terceira geração da telefonia móvel, conhecida como 3G. A principal vantagem 3G, já em uso em diversos países da Europa e Ásia, reside na capacidade de tráfego em faixa larga de freqüência, se comparada com a tecnologia atualmente utilizada no Brasil, possibilitando acesso à Internet em alta velocidade e outras aplicações como videoconferência.
Apesar de ainda liderar o mercado brasileiro de telefonia móvel, a Vivo vem perdendo espaço nos últimos meses. Em abril de 2006, por exemplo, a Vivo respondia por 33,35% dos 90,584 milhões de celulares ativos do país, segundo a Anatel. No mês passado, a participação caiu para 28,34% dos 102,875 milhões de linhas existentes. Segundo os especialistas, a opção pelo CDMA é um dos fatores que comprometeram a competitividade da companhia.
O BNDES já aprovou financiamentos no valor de R$ 19,5 bilhões para as empresas de telecomunicações desde a privatização do setor, em 1998. O apoio do Banco gerou investimentos de cerca de R$ 60 bilhões na economia brasileira, no período. No ano passado, foram aprovados R$ 4,5 bilhões para a área de telecomunicações, destinados a projetos de expansão da rede e atualização tecnológica.