FecomercioSP apresenta proposta para retomada do e-commerce após paralisação dos caminhoneiros

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As paralisações dos caminhoneiros estão impactando as entregas de produtos comprados pela internet. O Conselho de Comércio Eletrônico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que representa 85% do PIB do setor nacional, estima que cerca de 50 mil varejistas formais do e-commerce foram prejudicados diretamente, o que atingiu mais de 50 milhões de consumidores no Brasil.

Em relação às transportadoras responsáveis pela entrega de perecíveis e medicamentos, o problema é ainda maior, pois enfrentam um cenário adverso mais preocupante, uma vez que além dos custos da paralisação, há os custos das mercadorias, que simplesmente perdem sua validade ou estragam antes do consumidor final ser atendido, sem contar o impacto no fluxo da entrega de medicamentos em diversos pontos do País entre distribuidoras, hospitais, postos de saúde e farmácias – que necessitam dos medicamentos para os mais diversos tratamentos.

Diante desse cenário negativo e caótico, a FecomercioSP  sugere uma série de medidas governamentais necessárias para auxiliar as transportadoras e varejistas online a atender os consumidores e garantir a retomada do atendimento após o término da greve.

Entre elas, a solicitação de isenção de rodízio para os transportes de cargas e entregas expressas e circulação em marginais até a normalização dos sistemas logísticos do Brasil. O reforço na segurança pública como exemplo de proposta ou pedido conjunto para liberação de volumes represados e garantia de segurança de motoristas e cargas, bem como o reforço no processo de auditoria e agilidade na liberação de carga nos postos fiscais estaduais.

Além das medidas, o Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e as transportadoras de e-commerce também se comprometem a contratar, se possível, uma frota adicional terceira para suprir o desbalanceamento da malha de distribuição, como coleta, transferência e viagens de retorno. Além disso, operar de forma contínua para aumentar a capacidade de entrega e minimizar os impactos da greve, trabalhando 24 horas durante o feriado desta semana, sábados e domingos.

Outro compromisso é a contratação extra de escoltas ostensivas e solicitar reforço na segurança pela PRF em virtude dos valores embarcados, pois toda a frota nacional, por estar sem ociosidade, circulará com valores de carga acima do normal – pode haver ações coordenadas de quadrilhas especializadas em roubo de carga.

Com essas medidas, o Conselho de Comércio Eletrônico afirma que recomeçará a expedição das encomendas que estão nas bases dos operadores de maneira cadenciada, não comprometendo o fluxo represado e a produtividade dos centros locais de entrega.

R$ 300 milhões a menos em maio

Segundo o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e diretor de relações institucionais da Ebit, Pedro Guasti, a dificuldade atinge o comércio eletrônico em um momento muito positivo para o setor, após vendas expressivas de Dia das Mães e também pelo aumento na aquisição de televisores para a Copa do Mundo.

"O atraso das entregas e eventual acréscimos de prazos para entregar os novos pedidos podem gerar um desestímulo nas vendas, afetando diretamente o faturamento de todo o e-commerce e, por consequência, agravando ainda mais o quadro de desemprego no Brasil", afirma.

Segundo dados da Ebit, as vendas diárias do comércio eletrônico no País foram, em média, 20% menor do que o esperado. Diante desse cenário, a Ebit reduziu em 7,4 pontos porcentuais – de 20,7% para 13,3% – a expectativa de crescimento para o setor em maio de 2018, em relação ao mesmo mês do ano passado. Ou seja, o setor deverá apresentar perdas acima de R$ 300 milhões em vendas em maio, em razão da greve dos caminhoneiros. A estimativa era que as vendas online atingissem R$ 4,57 bilhões.

"Cada dia de paralisação exigirá, por partes das operações logísticas, um esforço ainda maior de recursos humanos, materiais, econômicos e, sobretudo, da compreensão de toda a cadeia de valor do varejo brasileiro até voltar à sua normalidade. Não é possível, no momento atual, estimar um prazo. Ainda mais quando há outras categorias anunciando paralisação", enfatiza  Guasti.

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