Instituto de Criminalística do Rio investe R$ 1 mi para combater crime digital

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O Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, anunciou nesta terça-feira, 28, a conclusão do projeto de implantação do Laboratório de Computação Forense que será responsável pela investigação de crimes que evolvem o uso de computadores, celulares e outros dispositivos tecnológicos. Ao todo, o instituto investiu R$ 1 milhão em softwares e equipamentos específicos para investigação de crimes digitais, fornecidos pela TechBiz Forense Digital, integradora de softwares, equipamentos e serviços para análise de crimes digitais, que foi a vencedora de licitação realizada pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Com o início das operações do laboratório, o ICCE conta agora com máquinas e programas capazes de localizar automaticamente informações em discos rígidos suspeitos, periciar arquivos protegidos por senhas, ler e extrair dados de telefones celulares – inclusive as informações que foram apagadas –, investigar vários computadores simultaneamente, analisar imagens, entre outras operações.
Conforme conta o diretor do ICCE, Sergio da Costa Henriques, antes da instalação dos novos softwares e equipamentos, a análise de um disco rígido para pesquisar um crime financeiro, por exemplo, era toda feita manualmente. "No processo manual, além de demorado e de não ter a precisão necessária, um arquivo importante podia ser perdido", observa ele, ao dizer que com a nova infraestrutura as perícias ganham celeridade, eficiência e confiabilidade. Henriques ressalta que implantação do laboratório aumenta também a capacidade de atender as solicitações das delegacias e dos Ministérios Públicos. "Ele também vai produzir um prova final mais rigorosa, que ajudará a Justiça a julgar com mais precisão."
De acordo com Henriques, os pedidos de perícias em máquinas e equipamentos são feitos por mais de 131 delegacias do Rio de Janeiro, sem contar as delegacias especializadas, como a fazendária, do meio ambiente, de mulheres e os vários postos de perícia do estado. As demandas são elevadas. Para dar uma idéia do volume de solicitações, ele conta que somente de celulares são mais de 5 mil aparelhos analisados por ano. Segundo diretor do ICCE, a demanda atual de PCs é de cerca de 500 equipamentos, mas observa que se houver uma grande apreensão esse número pode dobrar ou até mesmo triplicar.
O chefe do serviço de perícia de engenharia do ICCE, Wellington Silva Filho, ressalta que sempre tem um computador no local do crime e que este acaba sendo encaminhado para o instituto. Daí, segundo ele, a necessidade de todo esse "arsenal" de equipamentos. Ele diz que, ao todo, foram adquiridos dois desktops de análise, dois equipamentos para análise de dados, dois duplicadores de disco rígido, dois extratores de dados de celulares, além de softwares de análise e investigação.
Software contra camuflagem
Dois destaques entre os softwares são o EnCase Forensic e o Stego Suite. Com o primeiro, conforme explica Marcelo Barros Alves, especialista em software da TechBiz, é possível capturar dados, mesmo os escondidos, encobertos ou deletados, e elaborar relatórios rapidamente, enquanto que com o Stego Suite, pode-se identificar a existência de informações ocultas ou canais de comunicação comuflados em imagens digitais ou arquivos de áudio. Segundo ele, essas soluções já começam a ser usadas também por grandes empresas, como bancos e empresas de telecomunicações, principalmente para auditoria interna e prevenção a fraudes.
Alves conta que a Redecard, por exemplo, empresa que processa as transações com cartões de crédito Mastercard e Diners, utiliza a versão corporativa do EnCase para análise de dados de transações dos clientes da rede. Mas o setor que vem apresentando a maior demanda, de acordo com Giovani Thibau, diretor comercial da TechBiz, é mesmo o policial. Hoje, diz ele, utilizam as soluções de segurança da empresa as Polícias Civil de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso, os Institutos de Criminalística do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e da Bahia.

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