América Latina obteve 12% dos empregos globais em 2007, indica estudo

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A América Latina recebeu aproximadamente 12% dos empregos globais em 2007, o que representa um aumento de cerca de 6% em relação ao ano anterior. México, Colômbia e Nicarágua foram os países da região que percentualmente mais ganharam postos de trabalho originados dos aportes internacionais, enquanto Brasil e Chile mantiveram suas posições como importantes destinos de investimentos.
Os dados fazem parte de uma pesquisa do IBM Plant Location International (IBM-PLI), divisão da IBM que realiza um estudo anual sobre investimentos internacionais. Esta edição de 2007 revela que as empresas multinacionais ampliaram seus investimentos em diversos países emergentes, com foco considerável na América Latina e África. Segundo a análise, essas regiões receberam, juntas, aproximadamente 17% dos postos de trabalho globais criados com projetos de expansão e investimentos estrangeiros em 2007, comparado a 13% em 2006.
"O Brasil está bem posicionado em dólares investidos, porém em segmentos como energia e siderurgia, que não são grandes geradores de mão-de-obra", afirma Ricardo Gomez, diretor da consultoria da IBM Brasil. "Notamos que o país está atraindo investimentos externos por apresentar uma economia estável e um mercado consumidor atraente, com grande potencial de crescimento, porém um inibidor para o aumento desses investimentos é o custo elevado de nossa mão-de-obra se comparado a outras economias emergentes", completa o executivo.
Nas diferentes regiões geográficas, muitos países em desenvolvimento estão se tornando adversários sérios na competição por investimentos. O sudeste da Europa e, em particular, a Sérvia tornaram-se os principais pólos de investimentos, como alternativas aos tradicionais destinos na Europa Oriental. Uma comparação entre a quantidade de postos de trabalho criados e o tamanho da população revela que a Bulgária, Romênia e Sérvia estão entre os dez principais destinos de investimentos do mundo.
"Diversos locais que estavam anteriormente 'fora do mapa' passaram a receber significativos aportes estrangeiros, o que comprova o foco dos mercados emergentes na construção de sua infra-estrutura para incentivar o desenvolvimento econômico, representando o próximo passo evolutivo da globalização", afirma Gomez.
A expansão dos projetos de investimento também é evidenciada pelo fato de que os 15 países que mais criam empregos a partir de investimentos estrangeiros estão recebendo menos de 70% dos empregos globais, comparado a 73% em 2006 e 85% em 2005.
Principais setores
De modo geral, a indústria mais bem posicionada é a de equipamentos de transporte (principalmente automotivo e aeroespacial), apresentando 200 mil postos de trabalho criados mundialmente. O México foi o principal destino de investimentos neste setor, com a criação de
aproximadamente 26 mil novos empregos, como resultado do investimento pesado de empresas chinesas, norte-americanas e alemãs no país. A indústria de eletrônicos, com 190 mil vagas, e a de tecnologia da informação e comunicações, com 180 mil, ficaram em segundo e terceiro lugar na classificação global.
O setor de energia renovável também está ganhando importância rapidamente, em especial o segmento de energia solar, com quase 15 mil empregos criados através de projetos estrangeiros anunciados durante 2007.
Já a América Latina é funcionalmente inclinada para produção, com mais de 80% dos postos de trabalho criados a partir de investimentos nessa área. Isto é reflexo da alta concentração das atividades de produção nos dois principais países da região, Brasil e México, que representam mais de 90% dos empregos criados em ambos os países. Em contrapartida, o Chile e
a Costa Rica são relativamente mais orientados a serviços, com cerca de 50% dos empregos criados nesse segmento.
Economias geradoras de empregos
Os Estados Unidos permanecem como a economia líder na criação de empregos no mundo inteiro, com empresas sediadas nos país sendo responsáveis por 25% dos 1,2 milhão de empregos criados através de investimentos estrangeiros em 2007; o Japão e a Alemanha vêm em seguida com 12% e 11%, respectivamente.
A Índia e a China ampliaram gradativamente seu papel como economias geradoras de empregos. Juntas, elas foram responsáveis por 6,5% dos empregos criados através de investimentos estrangeiros em 2007, comparado a 3,7% em 2006. As empresas indianas concentram sua criação de empregos principalmente na China e nos Estados Unidos, enquanto as empresas chinesas mostram uma ampla distribuição de seus investimentos globais.

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