O Google iniciou uma campanha contra um projeto de lei de direitos autorais da Alemanha que obriga os sites de buscas a pagar por artigo acessado por meio de links nos resultados de pesquisa. De acordo com The Wall Street Journal, a legislação está configurada para entrar em sua primeira rodada de debate no Parlamento da Alemanha nesta quinta-feira, 29, e garante que editoras de jornais e outras publicações impressas tenham o direito de impedir que o Google e outros sites de buscas mostrem em seus resultados de pesquisa manchetes e trechos de texto a partir de artigos publicados, a menos que essas empresas paguem royalties.
A lei foi reivindicada pela indústria de jornais da Alemanha , que alega que as empresas de busca lucram injustamente às custas de organizações de notícias e jornalistas. A legislação de direitos autorais poderia abrir o caminho para as editoras obterem uma parte das receitas que o Google e outros sites colhem a partir de anúncios divulgados ao lado das notícias nos resultados de busca.
O Google, por sua vez, está fazendo uma forte campanha com o lema "Defenda a sua web. Encontre o que você está procurando", e planeja anunciá-la em jornais e revistas da Alemanha, bem como divulgar um vídeo online e criar um site que instrui os usuários de internet a entrar em contato com os parlamentares e se opor ao projeto de lei. "A maioria das pessoas nunca ouviu falar na proposta de lei, mas essa lei pode atingir cada usuário de internet na Alemanha", declarou o presidente do Google na Alemanha, Stefan Tweraser. “É como se a sua banca de jornal local tivesse de pagar royalties para expor os jornais e revistas", complementou.
O Google não disse como procederá caso a legislação alemã seja aprovada, mas declarou que isso poderia gerar confusão, pois não está claro se os blogueiros, acadêmicos e qualquer pessoa com documentos escritos na web teriam o direito aos royalties. O gigante da sbuscas disse ainda que editores de notícias ganham com os links nos resultados de pesquisa dos sites, pois o tráfego direciona esses links às páginas das editoras e dos veículos.
O projeto de lei ainda está previsto para passar por diversos debates durante o próximo ano. Esse tema também tem ganhado força na França e na Itália, de acordo com The Wall Street Journal.