Para Intel, classe C também consome produtos de alta tecnologia

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Embora os ultrabooks ainda não tenham decolado no Brasil, a Intel avalia que o potencial do país, que se consolidou na terceira posição na venda de PCs, em grande parte devido ao aumento do poder de compra da classe C, é bastante promissor em relação ao consumo da nova categoria de computadores pessoais — ultrafinos, com alta capacidade de processamento e memória de longa duração, que têm características de um híbrido de tablet e notebook. A empresa aponta, inclusive, os consumidores da classe C como um dos principais públicos-alvo dos fabricantes de ultrabooks.

Algumas mudanças na estratégia da empresa junto aos fabricantes para aproveitar o bom momento do mercado brasileiro já foram tomadas, como a diminuição de seis para três meses no prazo entre entre o lançamento mundial dos produtos e a chegada ao Brasil. De acordo com a diretora de ultrabooks da Intel Brasil, Wanda Lingueuis, em 2013, o objetivo é ter as peças simultaneamente no varejo do país e nos mercados internacionais.

Com o preços elevados, na casa dos R$ 2 mil os modelos mais simples, o custo para aquisição de ultrabook ainda é um barreira — mesmo assim, ela acredita que há público consumidor. “É um erro ver a classe C como pessoas que acabaram de entrar no mercado de consumo de tecnologia, que se contentam com máquinas ultrapassadas”, afirma Wanda. Ela explica que a estratégia mundial da empresa para chegar a esses consumidores vai além de faixa de renda e perfil etário. “Construímos personas, ou seja, criamos um personagem ideal ao qual cada produto se destina. O principal interessado no ultrabook é um jovem, de nome brasileiro, Paulo, que prefere adquirir tecnologias de ponta e nasceu na era digital”, revela.

“A popularização dos ultrabooks é uma jornada. O importante é que começamos a movimentar o ecossistema de PCs, que há dez anos não tinha nenhuma inovação, além de produzir máquinas com custo mais baixo”, explica o vice-presidente da Intel para América Latina, Steve Long. Segundo ele, à medida que os fabricantes adicionam atrativos de ponta, como telas touchscreen e destacáveis, baterias de maior eficiência de energia e design atraente, há um movimento em toda a cadeia que favorece não apenas a produção de componentes em escala, barateando o produto, como a concorrência também acirra a disputa e o preço cai. Desde julho, alguns fabricantes produzem as máquinas nas unidades brasileiras, o que auxilia na queda do valor final.

De acordo com Wanda, no ano que vem o objetivo é aumentar em três vezes o número de remessas de ultrabooks no país, mesmo o Brasil sendo um dos locais do mundo onde os computadores têm o preço mais elevado. Nos Estados Unidos, há modelos a partir de US$ 799, enquanto nas lojas nacionais a faixa inicial passa dos R$ 2,5 mil.

Um exemplo dessa imensa diferença é o Lenovo Yoga, ultrabook da chinesa que pode ser conversível em tablet. Enquanto nas lojas norte-americanas ele sai na faixa dos US$ 850, o preço inicial no Brasil está em R$ 8,9 mil.

Mercado corporativo

A partir do terceiro trimestre de 2012, começaram a ser comercializadas no exterior alguns ultrabooks com itens básicos para o uso corporativo. Isso foi possibilitado pela plataforma VPro, de compatibilidade e segurança de redes. Mesmo assim, os executivos reconhecem que ainda são produtos orientados para o consumidor final.

“O movimento favorável que vemos no futuro é a consumerização. Um CIO também é um usuário final em sua casa, e irá questionar por que ele não pode ter uma máquina elegante e robusta, leve e eficiente, com funções de touchscreen, assim como a que ele utiliza em sua casa”, argumenta Long. No Brasil, entretanto, ainda não há ultrabooks vendidos que atendam às necessidades mínimas das corporações.

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