Toda mudança na vida de uma pessoa provoca stress, a mudança de chefia na vida de um profissional provoca um stress que em alguns casos o leva a beira da loucura.
Diferentes da época dos nossos Pais onde as mudanças organizacionais aconteciam com promoções advindas por aposentadoria ou raramente por mudança de emprego, e o stress era pontual e na maioria das vezes inexistente, todos sabiam quem assumiria a posição de chefia; atualmente o mercado é assustadoramente dinâmico, as mudanças organizacionais ocorrem todos os dias, o que antigamente era exceção, hoje viver em estado de stress é uma regra.
A maioria dos profissionais buscam a todo momento uma maneira de diminuir e até eliminar o estado constante de stress, normalmente ter como chefe imediato um velho amigo ou pessoas que já se tem afinidade é um bom caminho.
Pergunte para os mais velhos, qual foi o momento profissional onde eles mais performaram, em que momento da carreira a satisfação era maior, onde o prazer de trabalhar era pleno, as respostas não estarão ligadas a dinheiro, e sim a respaldo, parceria, cumplicidade e tranquilidade.
Existem diversas maneiras de medir o desempenho de um profissional , você conhece algum que consegue avaliar o porque o profissional de um momento para o outro deixou de ser um high skill e passa a ser um problema?
Infelizmente a maioria dos RHs ainda não possuem ferramentas ou processo que apurem e identifiquem os porquês destas mudanças, é uma pena, na maioria das vezes estão mais preocupados com punições e premiações do que com o futuro dos profissionais.
O que é difícil de identificar para alguns é simples para outros, os gestores mais experientes e preocupados com o desenvolvimento dos profissionais conseguem diagnosticar estas mudanças repentinas de performance com facilidade, ou são problemas pessoais ou mudança de chefia direta.
Nos casos de problemas pessoais a maioria das empresas precisam aprender que é mais barato e lucrativo amparar um profissional em um momento difícil da sua vida do que simplesmente trocá-lo.
E quando o problema esta ligado a mudança de chefia imediata, o que fazer e o pior como identificar?
Como dissemos no inicio deste artigo hoje o convívio com o stress faz parte do dia a dia de todos os profissionais, e isso não é um privilégio para quem esta na base da pirâmide, o aumento do stress é diretamente proporcional com a subida no organograma; se antigamente o stress era quase inexistentes porque todos sabiam quem assumiria a chefia, o postulante a chefe era preparado durante anos para o posto, e para ele também o stress era pequeno até porque pouco mudaria na sua vida.
O medo de assumir uma área é tão grande que os profissionais chegam normalmente com dois pensamentos: esta tudo errado, preciso mudar tudo ou se eu não me impor vão puxar o meu tapete.
Como a maioria dos executivos estão absolutamente focados em resultados pelo resultado e vale mais o numero do mês do que o futuro da empresa, poucos vão pensar no bem estar de uma área ou de pessoas o que importa é o numero.
Mediante a este cenário o novo chefe não tem muita alternativa e chega fazendo estragos, quer identificar quem era ligado a antiga chefia, mudar por mudar, buscar economia em cada grampo, tudo sem muito planejamento e sem muito sentido, afinal a cobrança sobre ele é gigantesca e ele tem que apresentar os números gerados com a mudança.
Os estragos são enormes em busca de aumento de lucratividade ou de faturamento, a pressão é tão grande que hoje em dia é muito comum encontrar profissionais tomando calmantes fortíssimos, afastados por depressão e destruídos profissionalmente .
Infelizmente o resultado desta situação raramente é o esperado, o aumento da margem raramente acontece e o faturamento acaba se perdendo.
Obviamente não temos como mudar de uma hora para a outra este cenário, afinal ele vem piorando a cada dia, mas podemos contribuir para o inicio de uma mudança.
Olhe desde o inicio da sua carreira o que você gosta e o que não gosta nos inúmeros chefes que terá e o dia que for chefe tenha a responsabilidade de repetir o bom e eliminar o ruim.
Mandar é a parte mais fácil do cargo o importante é aprender a liderar, muito pouco ou quase nada das cobranças muitas vezes impensadas da diretoria deve ser passado para o time diariamente, acredite no dia seguinte tudo que era terror hoje nem será lembrado amanha.
Se não gostamos para nós não podemos repetir para os outros, mudar o ambiente de trabalho como a própria vida é uma ação continua e planejada, comece hoje a melhorar seu amanhã.
Alberto Parada, vice-presidente de Educação da SUCESU-SP, colunista e palestrante, integra o quadro docente nos cursos de MBA da FIAP, formado em administração de empresas e análise de sistemas, especialista em Gestão de Projetos e Outsourcing; atuou como executivo na IBM, CPM-Braxis, Fidelity e Banespa; é voluntário no HEFC, hospital para portadores de Câncer