O Consórcio Randon, especializado no financiamento de veículos e equipamentos pesados, está passando a utilizar uma plataforma de inteligência artificial da fintech Omnihunter, especializada em cobrança e retomada de bens. Com este ambiente digital, o Randon consegue sincronizar suas atividades financeiras e jurídicas com os serviços de escritórios externos de advocacia e os diversos elementos da cadeia de cobrança, investigação, localização e execução de retomadas de ativos inadimplentes.
O ciclo completo de valor, que vai da concessão de um empréstimo até a cobrança e eventual recuperação de garantias, é um dos gargalos de produtividade do setor financeiro, principalmente pela fragmentação de processos. Só em veículos leves e pesados, a falha na recuperação de garantias inadimplentes atinge a cifra anual de R$ 16 bilhões no Brasil para um total de R$ 482 bilhões em empréstimos, segundo dados do Banco Central.
Em termos de unidades, os processos de execução judicial, carentes de orquestração com os agentes de campo envolvidos em investigação, localização e execução da retomada, deixam de recuperar um total anual de 550 mil veículos, que passam a figurar como perda definitiva.
Foi para superar esse cenário que o Consórcio Randon passou a considerar o modelo de operação por fintech e, em 2020, iniciou a introdução do sistema da Omnihunter. Além de criar um ambiente integrado com painéis de rastreamento online dos processos, a Omnihunter permite substituir pranchetas de anotações de campo e comunicações convencionais entre as partes por recursos de mobilidade online e o emprego de técnicas como vídeo analítico para reconhecimento de objetos codificados.
Produtividade 600% Maior
As várias partes do processo foram automatizados e sincronizados através de regras de negócio submetidas a métricas matemáticas. Dessa forma, se obtém um ganho de eficiência operacional em torno de 84% nos tempos das equipes envolvidas em retomadas. "Isto possibilita mais foco no processo investigativo e uma produtividade de até 600% maior dos entes envolvidos", afirma Ednilson Hummig, CEO e sócio fundador da Omnihunter.
Antes da introdução da tecnologia Omnihunter, o Consórcio Randon enfrentava também uma dificuldade decisória, muitas vezes repercutindo em processos de busca e apreensão de custo- benefício desvantajoso. E, outras vezes, redundando na perda de prazo para o acionamento do "fiel depositário" em tempo hábil para o cumprimento da liminar ou mandado expedido pelo juiz.
Este emaranhado de entraves trazia desmotivação para os agentes de localização. "Usando apenas suor, instinto e sua experiência de campo, sem ferramental inteligente a seu dispor, os AL despendiam tempo, energia e dinheiro em diligências mal sucedidas", assinala Hummig.
Ele explica que, para grande parte das empresas, integrar a cadeia de produção da retomada de bens significa apenas adotar algumas funcionalidades digitais, como a prática de trocas de mensagem de email, ligações móveis e aplicativos de mensagens como WhatsApp. E mais: promover um corre-corre de motocicletas e um tráfego pouco conexo de informações de campo, informações de contrato, informações jurídicas e trâmites de liminares, mandados de apreensão etc.
Ao romper a fragmentação do processo, a Radon centralizou num único console a base informações sobre as garantias alvos, classificando-as como passíveis de entregas amigáveis, ou de busca e apreensão. Isto inclui os dados e documentos que compõem as fichas encaminhadas simultaneamente aos escritórios jurídicos e aos agentes localizadores.
Através de aplicativos móveis, os agentes localizadores passaram a receber e gerenciar de forma online as fichas dos bens e todos os dados e documentos com atualização dinâmica.
A troca de mensagens entre o Consórcio e os Escritórios e com os ALs passou a ser rastreável e organizada dentro de cada caso jurídico trabalhado.
Um App criado para organizar a jornada do agente de localização permite identificar por GPS os alvos de apreensão de cada escritório, bem como realizar diligências, receber notificações, trocar mensagens seguras com seu gestor, registrar vistorias de apreensões, e acompanhar a performance com total compliance. Tudo isto com base em computação por imagem e interações cognitivas, com baixa necessidade de interação escrita ou uso do teclado alfanumérico do celular.
Como empresa listada na bolsa de valores brasileira ( a B3), a Randon teve ganhos colaterais com a adoção do processo fintech. Ganhou um nível de conformidade a normas mais acurada e documentada a cada passo. Na visão de Suélen Fornari, Assistente Jurídica da Randon, todas as expectativas em relação à plataforma estão sendo atingidas com um maior gerenciamento dos bens e processos de apreensão. "Ainda esperamos que, com o retorno das atividades plenas, pós-pandemia, seja possível aumentar o índice de apreensões com as ferramentas da Omnihunter", afirma ela.
Desde que experimentou e homologou o modelo fintech, a Randon inseriu esta plataforma como regra para a gestão de seus processos de retomada.