O Hospital Moinhos de Vento, com sede em Porto Alegre, capital gaúcha, está concluindo o projeto de digitalização do prontuário eletrônico de pacientes. A previsão é que a plataforma entre em operação em maio próximo, depois de um investimento de R$ 500 mil, cifra que deve ser recuperada em um ano. Além da rentabilidade, o projeto deve tornar mais ágil os processos do setor de arquivamento médico, onde está sendo implantado.
"O espaço já era organizado, até porque seria complicado digitalizar o sistema se fosse diferente. Contudo, tínhamos um volume enorme de armazenamento, tanto dentro quanto fora do hospital, em um depósito especializado. Agora ficará mais fácil e seguro manusear esses materiais", explica Mário Torcato, gerente de TI do Moinhos de Vento.
A escolha pela solução levou dois anos, período em que o hospital ficou em contato com a Orion Digital (empresa do Grupo Orion) até que no segundo semestre de 2011 o software GEDH – Prontuário Digitalizado foi eleito. "Visitamos várias empresas e, principalmente, os clientes delas. A opinião dos usuários pesou bastante na nossa decisão", explica Torcato.
Para receber os novos processos, o hospital passou por uma série de mudanças – foram analisadas até questões judiciais, acerca da segurança de dados. "Mudamos a área física, cuidamos da climatização do ambiente, e adequamos a rede elétrica. Também adquirimos equipamentos para formar a linha de produção, como scanners de alta velocidade, por exemplo. Além disso, contratamos servidor e implantamos a rede lógica", enumera o gerente.
O esforço tem valido a pena. "Já acompanhei o pessoal seguindo o novo roteiro e está tudo correndo bem. Até agora não consegui identificar nenhum aspecto negativo, todos estão gostando do novo processo", comemora. O público atingido com a nova solução é o corpo clínico que conta com cerca de três mil médicos credenciados e o setor administrativo e financeiro. O trabalho de auditoria também ficará mais fácil.
Torcato explica que o próximo passo é a certificação desses documentos, e o pacote contratado pelo hospital já prevê esta etapa. "Continuaremos com a consultoria e execução da Orion em mais esta fase do projeto." Assim que a certificação for concluída, será possível reduzir efetivamente o volume de papel. "Por enquanto, ainda utilizamos folhas. Contudo, elas serão descartadas assim que possível, mas sempre prezando pela segurança das informações dos pacientes. Se o material for encaminhado para uma empresa de reciclagem, por exemplo, vamos acompanhar todo o processo para nos certificarmos da correta destruição do material", enfatiza. Segundo ele, toda a ação corporifica o objetivo que o hospital tem de desenvolver soluções de saúde de forma inovadora.
Longa tradição
O hospital tem sua história intimamente ligada com as relações entre o Brasil e a Alemanha desde 1858, quando imigrantes alemães cogitaram pela primeira vez construir o hospital aqui no Brasil. Em 1917, a guerra atrasou os planos, mas em 1925 a primeira fase da construção já estava pronta.
Hoje é José Adroaldo Oppermann quem preside o Conselho de Administração da Associação Hospitalar Moinhos de Vento. São feitos cerca de 20mil atendimentos por mês e a instituição conta com 2400 colaboradores – sem contar os já citados três mil médicos que são credenciados para atuar no corpo clínico, que é aberto. O faturamento previsto para 2012 é de R$370 milhões.