O livro além do livro

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Depois que a Internet, a mídia das mídias, transformou drasticamente as indústrias de telecomunicaçoes, entretenimento, música, jogos, cinema, e o modo como assistimos tevê, ouvimos rádio e lemos jornais e revistas, o artefato livro é a última fronteira na digitalizaçao dos meios de comunicação.

As oportunidades que podem ser exploradas ao redor de um novo universo que surge com a digitalização dos livros são inúmeras. Mas qual seria o segredo no entanto por trás do sucesso de alguns empreendimentos voltado aos eBooks? E a resposta é, antes de tudo, ter a compreensäo exata das ferramentas de distribuição digital dos novos tempos.

E como compreender, e romper, as barreiras e a urgência impostas pelos novos modelos de negócios da Era Digital? Atualizando-se em espaços criativos como os oferecidos pelo Congresso Internacional do Livro Digital [congressodolivrodigital.com.br], evento seminal promovido pela Câmara Brasileira do Livro [CBL].

Johannes Gutenberg [1398 – 1468], que aprimorou para o Ocidente a prensa de tipos móveis, e possibilitou com a sua invenção que a manufatura de um novo produto cultural fosse rapidamente popularizada, criando mais tarde toda uma cadeia de valor, certamente poderia estar entre os convidados das mesas e debates. Mas, como um bom empreendedor, gráfico, editor e ao mesmo tempo livreiro, o gênio alemão ficaria entusiasmado tanto com as inúmeras possibilidades de circulação dos livros, quanto pelas perspectivas de conversas em torno do tema se simplesmente acompanhasse as atividades do evento.

Com uma boa dose de senso crítico, e com a ajuda de novos métodos de curadoria de conteúdo, é possível hoje por exemplo ter um livro publicado simultaneamente para diversos hardwares [desktops, ultrabooks, tablets, e-readers, smartphones], sistemas operacionais [Windows Phone, iOS, Android] e formatos [ePub, PDF, MOBI, HTML5]. As novas agências editoriais que estão nascendo com o eBook, estão permitindo a publicação de obras baseado em novos modelos também precupados com a qualidade, acabamento, design e divulgação para obter audiência, acesso e consumo das obras.

Com a democrarização das tecnologias é possível hoje manter uma pequena agência editorial, enxuta, com um fluxo de caixa mínimo na casa dos cinquenta mil reais, mas com uma rede interessante por volta dez colaboradores externos, todos recebendo no regime de free lancers, entre eles copidesques, revisores, diagramadores, capistas, programadores, designers, etc.

Com uma equipe multidisciplinar, um investimento na casa dos três zeros, uma boa ideia, é possível até criar aplicativos, mashups, sites baseados em redes sociais e uma infinidade de canais para a venda, troca, circulação, distribuição e publicação dos livros eletrônicos. Que podem passar por plataformas integradas às redes de metadados, cloud computing, social e mobile commerce, e nas API's das soluções robustas de empresas como Amazon, Adobe, Google, disponíveis se o empreendedor souber o que está buscando, e se procurar as soluções no lugar certo.

Mas qual é o lugar certo e para que lado empreender, se os desafios postos são na verdade gigantescos e a própria democratização das tecnologias criou paradoxalmente uma fila de startups concorrentes? A resposta está nas entrelinhas das conversas que podemos trocar e ouvir com pessoas interessadas no mesmo tema.

A Câmara Brasileira do Livro, uma das mais importantes e influentes entidades do livro na América do Sul, vem liderando e propiciando debates e conversas à respeito dos eBooks quando se propõe juntar, em dois dias do próximo inverno de São Paulo, a cidade da garoa, as cabeças pensantes de um novo mundo conectado. Os desenvolvedores que põem a mão na massa dentro dos mais adiantados players mundiais estarão presentes demonstrando seus cases para uma plateia de verdadeiros antenados, uma vez que o evento terá transmissão via streaming e através das mídias digitais.

O Congresso Internacional do Livro Digital em sua quarta edição, com o tema 'O Livro Além do Livro', se torna um espaço compartilhado de ideias e conversas que podem nos ajudar a pensar melhor nossas carreiras como escritores, como editoras, agregadores de conteúdo, sistemas middleware, livrarias online, estantes digitais, distribuidoras, etc. É uma opção bastante oportuna não só para os jovens e estudantes que buscam conhecimento de como turbinar e gerar novos networks, mas também para aqueles que pretendem empreender negócios com os eBooks e, claro, produzir bom conteúdo em forma de livros.

Nos vemos lá!

Ednei Procópio é especialista em eBooks desde 1998; já escreveu livros sobre o tema e mantém o Blog eBook Reader [www.ebookreader.com.br]. É membro da Comissão do Livro Digital da Câmara Brasileira do Livro [CBL] e CEO da startup Livrus Negócios Editoraisv

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