O Brasil apresentou retração de 22,8% nas vendas de equipamentos de impressão em 2015, segundo estudo da IDC Brasil. No ano, foram comercializados 2,5 milhões de máquinas, 800 mil unidades a menos do que em 2014, quando foram vendidas 3,3 milhões. Em receitas, as vendas de 2015 geraram US$ 676 milhões, declínio de 14,7% em relação a 2014.
A retração atingiu tanto as impressoras com tecnologia a jato de tinta — que venderam 1,9 milhão de unidades no último ano, baixa de 21,1% comparado a 2014 — como as máquinas com tecnologia a laser, que tiveram 641,6 mil unidades comercializadas em 2015, diminuição de 27,4%. Em termos de receitas, as vendas de equipamentos a laser movimentaram US$ 449 milhões e as máquinas a jato de tinta (ou inkjet) US$ 227 milhões, baixas de 12% e 19,6% respectivamente.
"Apesar da grande maioria das vendas ter sido atribuída aos equipamentos da tecnologia jato de tinta, as máquinas a laser foram responsáveis pela movimentação de quase o dobro de receita, por conta da diversificação do portfólio e da efetiva participação do mercado corporativo, que se manteve estável e representa aproximadamente 41% da demanda de comercialização de equipamentos de impressão no Brasil", afirma Diego Silva, analista de mercado da IDC Brasil.
Silva lembra, no entanto, que os dispositivos inkjet também têm penetração no mercado corporativo, principalmente em micro e pequenas empresas, mas seu foco é no segmento doméstico, que respondeu, em 2015, por 77% das impressoras comercializadas.
Ao analisar os dados, o analista da IDC reflete sobre a alta do dólar, a desconfiança do consumidor e da indústria e o cenário político econômico do país de forma geral, mas destaca que o mercado de impressão caminha para a maturidade e vive um momento diferente de outros dispositivos. "Ao contrário de outros mercados de tecnologia, como o de smartphones, por exemplo, o de impressão possui uma base instalada grande e consolidada, de modo que se torna cada vez mais difícil manter as mesmas taxas de crescimento apresentadas no período de expansão e popularização das tecnologias de impressão", alerta.
Tendo em vista as significativas mudanças de cenário e dinâmicas mercadológicas ocorridas ao longo dos últimos, torna-se cada vez mais urgente a adequação por parte dos fabricantes ao iminente movimento de maturidade apontado no mercado de impressão no Brasil. Em função disso, o analista da IDC afirma haver um movimento da indústria que visa o aprimoramento e a expansão do portfólio de produtos para a viabilização da atuação dos fabricantes em setores cada vez mais diversificados.
"No segmento corporativo, as inovações devem estar voltadas ao aperfeiçoamento, otimização e ampliação dos serviços gerenciados de impressão. Os fabricantes precisam oferecer outras soluções que facilitem o processo interno das empresas, como por exemplo, digitalização, gestão de documentos, arquivamento, integração com outros softwares e interligação de funções com cloud", completa o analista da IDC.
Para este ano, a IDC Brasil estima uma queda de 15% no mercado total de impressão, e vendas aproximadas de 1,6 milhão de modelos jato de tinta (queda de 16,4%) e 568 mil de lasers (queda de 11,5%).