A Kodak entregará suas divisões de Personalized Imaging e Document Imaging ao Fundo de Pensão da Kodak (KPP, na sigla em inglês) no Reino Unido, maior credor da empresa desde que esta entrou com pedido de concordata em janeiro do ano passado, a fim de reorganizar seus negócios e evitar a falência. A divisão de Personalized Imaging inclui a maioria dos produtos de consumo e quiosques de impressão no varejo, e a unidade de Document Imaging produz scanners para clientes corporativos.
Segundo anúncio feito nesta segunda-feira, 29, o acordo prevê o spin-off (separação) das duas divisões e o repasse ao KPP por US$ 650 milhões, valor total que não será pago integralmente em dinheiro. A Kodak vai utilizar os recursos para recuperar suas finanças e alavancar sua unidade de Commercial Imaging, que fabrica produtos de comunicação gráfica, filmes e produtos químicos especiais. O fundo de pensão também concordou em desistir que cobrar a dívida de US$ 2,8 bilhões que a Kodak tinha com os pensionistas, a maior reivindicação sem garantia contra a empresa.
"A transação com o KPP nos move para superar os últimos obstáculos para nossa reorganização, resolvendo todas as pendências em todo o mundo, garantindo continuidade das operações fora dos EUA, colocando nossas divisões mãos de um novo proprietário que reconhece o seu valor e está focado em seu crescimento e sucesso, fornecendo a liquidez que precisávamos para levantar a concordata", explicou o presidente e CEO da Kodak, Antonio M. Perez, em comunicado. "Estamos muito satisfeitos com a transação, com o valor que ela cria para nossos acionistas, e a dedicação e criatividade da KPP que tornou possível alcançar esse resultado extraordinário."
A Kodak pretende apresentar uma proposta para sair da concordata ao Tribunal de Falências nesta terça-feira, 30, e buscar a aprovação do acordo com o KPP. Com isso, o negócio acertado anteriormente com a fabricante japonesa de impressoras Brother, no valor de US$ 210 milhões, para a venda da divisão de Document Imaging, conforme anunciado este mês, será interrompido. Segundo o The Wall Street Journal, o acordo com a Brother ainda não foi aprovado pelo Tribunal de Falências e pode ser abandonado pela Kodak se a empresa obtiver a "transação empacotada". O jornal americano, que ouviu pessoas próximas as negociações, não obteve retorno da Brother para comentar o assunto.
Em novembro do ano passado, a Kodak fez um acordo com fundos de investimento no qual deveria vender suas patentes por ao menos US$ 500 milhões para fazer um empréstimo de US$ 793 milhões e tentar se salvar da falência. Entre as obrigações da companhia para obter o financiamento, além de vender suas patentes digitais, a Kodak deveria obter progresso nas vendas, reestruturar obrigações relativas a pensões dos funcionários no Reino Unido e executar um plano de reorganização até 30 de setembro deste ano.