Uma nova pesquisa divulgada pelo Gartner indica que os CEOs elegeram a Inteligência Artificial (IA) como principal tecnologia cotada para ter impacto significativo nos negócios, tendo sido citada por 21% dos entrevistados. A pesquisa "2023 Gartner CEO and Senior Business Executive" foi realizada de julho a dezembro de 2022 e entrevistou mais de 400 CEOs e executivos seniores da América Latina, América do Norte, Europa, Ásia/Pacífico, Oriente Médio e África do Sul, de empresas de diferentes setores, receita e tamanhos de empresa.
"A Inteligência Artificial Generativa terá um impacto profundo nos modelos de negócios operacionais", afirma Mark Raskino, Vice-presidente e Analista do Gartner. "No entanto, o medo de ser deixado para trás é um poderoso impulsionador do mercado de tecnologia. A Inteligência Artificial está atingindo um ponto no qual os CEOs ainda não investiram, mas estão ficando preocupados com a possibilidade de estarem perdendo algo competitivamente importante".
A pesquisa apresenta resultados bem interessantes:
Metade dos CEOs citam o crescimento como sua principal prioridade estratégica de negócios: "Ao determinar as prioridades de negócios, os CEOs ficam hesitantes, mas não paralisados", diz Kristin Moyer, Vice-presidente e Analista do Gartner. "Mais da metade dos entrevistados acredita que uma desaceleração econômica ou recessão em 2023 será superficial e curta. A pesquisa mostra apenas um aumento modesto nas preocupações com fluxo de caixa, capital e arrecadação de fundos." Segundo ele, apesar do impacto desses ventos econômicos contrários, metade dos CEOs citou o crescimento como a principal prioridade estratégica de negócios para os próximos dois anos. A tecnologia também continua sendo uma área de foco principal, seguida de perto por questões de força de trabalho.
"Depois de três anos de volatilidade, as prioridades dos CEOs estão se estabilizando", acrescenta Raskino. "Os líderes executivos estão olhando além dos abalos do período de crise para um momento no qual o talento, a sustentabilidade e a mudança digital de próximo nível irão alavancar o desempenho competitivo."
As menções à sustentabilidade ambiental aumentaram 25% em relação à pesquisa do ano anterior, quando pela primeira vez o termo se classificou entre as 10 principais prioridades dos CEOs. O Gartner prevê a sustentabilidade ambiental em uma categoria ainda mais alta que a relacionada à tecnologia até 2026.
Principais prioridades estratégicas de negócios de CEOs para 2023-2024
(soma das três principais menções)
Fonte: Gartner (Maio de 2023)
A inflação impulsiona mudanças no comportamento do cliente: Para cerca de 22% dos CEOs, a inflação é o maior dos riscos para negócios. Quase um quarto dos entrevistados antecipam para este ano o aumento da sensibilidade ao preço como a maior mudança nas expectativas dos clientes. No entanto, aumentar os preços ainda é a principal ação que os CEOs estão tomando em resposta à inflação (44%), seguida pela otimização de custos (36%) e produtividade, eficiência e automação (21%).
"É preocupante que os CEOs ainda não pareçam estar focados na produtividade tanto quanto deveriam em um período inflacionário", diz Moyer. "Isso pode ser devido ao desejo de que a inflação não se torne uma característica persistente do cenário econômico. Eles devem adotar a automação para redesenhar métodos, processos e produtos para eficiência, em vez de empurrar aumentos de custos para os clientes", afirma o analista do Gartner.
Atrair e reter talentos é a principal prioridade da força de trabalho: Quando perguntados sobre o impacto de diferentes riscos nos negócios, 26% dos CEOs citam a escassez de talentos como o quesito mais prejudicial para sua organização. Atrair e reter talentos é, de longe, a principal prioridade de sua força de trabalho. Entrevistados antecipam que as preocupações com a remuneração são a maior mudança no comportamento dos colaboradores e futuros funcionários, seguida por um desejo de maior flexibilidade e trabalho remoto ou híbrido. "A ênfase na remuneração não é surpreendente em um ambiente inflacionário, mas em ciclos econômicos anteriores, o desemprego normalmente minava o poder do mercado de trabalho", complementa Raskino.