UX, ou "User Experience" não é um termo novo no Brasil, mas que vem ganhando espaço nas agências, empresas de tecnologia e até mesmo dentro de diretorias de grandes empresas não só de produtos, mas de serviços, as vezes com a nomenclatura de design thinking, que é muito próximo.
Trata-se de tentar enxergar, por meio de diversas pesquisas e estudos, os objeivos, dores e necessidades do usuário, para que se possa construir algo estrategicamente e entender se o usuário ficará ou está satisfeito com o serviço e/ou produto oferecido por determinada marca. Na verdade, já se fazia esse trabalho muito antes do nome existir (os webmasters, gerentes de produtos, P.O's etc) e muitas pessoas ainda continuam fazendo sem perceber que estão.
Todo mundo acaba trabalhando com em experiência do usuário/design de serviço mesmo que não tenha consciência disso, pois quem constrói produtos direcionados para as pessoas deve entender que eles são o alvo. Desde um restaurante, até uma roupa, passando por aplicativos, sites ou produtos eletrônicos. Todo mundo quer conquistar o usuário e agradá-lo, mas a maioria não sabe que esse processo não é tão fácil quanto parece. É preciso dedicação, estudo, confiança nos profissionais dentre muitas outras coisas.
Por isso, trago 5 motivos para você desistir de vez de fazer UX com a sua marca se você não quiser fazer a coisa do jeito certo.
UX é um processo demorado: para fazer UX mal feito, é melhor não fazer. Mas, para fazer bem feito, você precisa de muitas pesquisas, estudo de teorias, tecnologia e, principalmente, muito tempo. Se você acha que em três dias terá um projeto de UX pronto, esqueça. Por mais que existam processos rápidos (e que devem ser aproveitados e utilizados o tempo todo, eu uso muito) é importante ter base e organização, só um wireframe ainda não é UX.
UX não trabalha com achismos: sempre existe bastante tecnologia envolvida em projetos de experiência de usuário. Nada é feito sem uma pesquisa por trás, por isso, não adianta pensar apenas na sua experiência como profissional da área. Cada produto é um produto, então deve-se analisar caso a caso. É claro que se fazem testes, claro que se fazem suposições que depois serão pesquisadas, mas o "eu acho" não funciona.
UX não sabe as respostas, sabe as perguntas: as pessoas costumam me procurar perguntando "já que você é especialista em usabilidade, o que você acha que dá mais certo? Essa ideia ou essa?" e a resposta na maioria das vezes é "não sei". A questão é que no processo de descoberta sabemos as perguntas certas e esse é um ponto muito importante, porque, com isso, conseguimos ir atrás das respostas. Boas práticas existem, eu sigo muitas delas e sugiro em jobs que não temos tempo para pesquisa, é importante entender que o caminho é variado e interconectado.
UX trabalha integrado com todos: quando se pensa projetos com UX, se pensa holisticamente do início ao fim. Profissionais dessa área precisam ter uma visão integrada e variada, entender o projeto como um todo, participar de cada etapa e saber quais as necessidades, as competências e oportunidades para cada área envolvida. Costumo dizer que UX pode ser a "cola" que conecta as áreas, porque entender que é necessário integrar todos ao trabalho.
UX pisa no calo dos outros: quem está acostumado com o trabalho tradicional, não quer sair da zona de conforto e ser "cutucado" sofre um pouco com isso, eu sempre tento usar técnicas novas, caminhos novos, experimentar. Pensar no usuário já é uma coisa antiga, mas planejar corretamente a experiência dá trabalho, muitas vezes leva tempo e nem todo mundo quer fazer.
Apesar de tudo isso, e apesar desse texto ter a cara de um texto para o xpto, trabalhar de forma centrada no usuário sempre é um processo rico, empolgante e divertido, e quando tudo fica pronto, com certeza é motivo de orgulho e de resultados para a empresa e para o usuário final.
Eurípedes Magalhães, trabalha há 20 anos com publicidade, formado em Design pela Faculdade Belas Artes e atua como Head de UX na agência RIOT.