O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, assegurou que o acordo anunciado nesta terça-feira, 29/09, com as operadoras de telecom para o acesso gratuito ao site do órgão é fundamental para que o Programa de Enfrentamento à Desinformação com foco nas eleições deste ano ganhe mais dimensão e possa atingir um público maior. A parceria entre as teles e o TSE foi celebrada durante o Painel Telebrasil 2020. Barroso lembrou que boa parte da população de menor poder aquisitivo possui pacote de dados limitados, e se tivesse que pagar para o uso da página, o alcance da iniciativa seria reduzido.
O ministro explicou que o Programa de Enfrentamento à Desinformação faz parte de duas de suas preocupações ao assumir a presidência do TSE: os perigos da pandemia e as fakes news. No caso das notícias falsas, foi montada uma estratégia que passou por um acordo com todas as agências checadoras de notícias para que o resultado de suas análises seja publicado no site do TSE, indicando o que é verdade e o que não é. "Nós temos hoje uma propagação de notícias falsas, muitas vezes articuladas em cadeia e com financiamento para a divulgação de notícias falsas, de campanhas de ódio e desinformação que tanto mal fazem à democracia", observou.
Ainda como parte das ações contra as fakes news, o TSE procurou os responsáveis pelas redes sociais para que consigam apontar rapidamente perfis falsos, robôs e impulsionamento ilegais para que sejam tomadas providências. O programa tem mais de 50 parceiros, entre empresas, associações e partidos políticos.
Mas todas essas ações dependem de uma questão importante, garantir o acesso ao site do TSE do maior número possível de eleitores. As operadoras de telefonia móvel, via a Conexis Brasil Digital, nova marca do SindiTelebrasil, abraçaram o projeto e vão conceder acesso gratuito dos eleitores ao site da Justiça Eleitoral até 29 de novembro, quando se realiza o segundo turno das eleições. Para Barroso, esse tipo de disposição mostra mais uma vez que a pandemia despertou o espírito cívico e patriota das empresas.
Ele lembrou que em relação à sua segunda preocupação, a própria pandemia, o TSE montou uma Comissão Sanitária, com a participação de médicos, que sugeriu o adiamento das eleições para novembro, o que foi feito com apoio imediato do Congresso Nacional. Ao mesmo tempo, para garantir a segurança de todos, a Comissão indicou a necessidade de compra de equipamentos, como álcool em gel, máscaras, face shields e outras. "Se abríssemos uma licitação custaria muito caro e só teríamos o material, talvez, nas eleições de 2022. Então decidimos por uma chamada para a inciativa privada e 30 empresas se comprometeram a doar todos os equipamentos", disse.
Para o setor de telecom, esse espírito de colaboração vem se manifestado desde o início da pandemia, como lembrou Marcos Ferrari, presidente-executivo da Telebrasil. Como exemplo, ele citou o acordo das operadoras com a Caixa Econômica para tráfego gratuito a quem acessa o banco para o auxílio emergencial, a parceria com o Ministério da Saúde para garantir acesso também gratuito para apps e o site com informações sobre a Covid-19 e ainda uma plataforma de calor que ajudou os governos a calcularem o índice de adesão ao isolamento social. "São iniciativas conjuntas que têm uma atuação macro", completou Ferrari.