A falta de estratégias e de informações comerciais prejudica as relações do Brasil com as economias emergentes. Essa foi a principal conclusão do painel do seminário "Bric – Brasil, Rússia, Índia e China: Oportunidades e Desafios", realizado nesta terça-feira, dia 29/11, em Brasília na Câmara dos Deputados.
A restrição comercial com a China foi citada como exemplo de oportunidades desperdiçadas. Segundo o representante do Conselho Empresarial Brasil-China, Rodrigo Tavares Maciel, o Brasil precisa diversificar a sua pauta comercial com a China, atualmente restrita a soja e minérios.
Maciel afirmou que o comércio bilateral poderia ser explorado de maneira mais estratégica pelo Brasil, mas um dos entraves é a falta de informações sobre a diversidade da produção brasileira. "Os chineses não têm informação sobre a economia brasileira e a culpa é nossa, que não fazemos divulgação comercial", ressaltou.
Estratégias
Ao comparar o Brasil aos outros países do Bric, o professor da Escola Superior de Guerra Severino Cabral disse que o País tem todas as condições para se tornar uma potência econômica mundial. Em sua opinião, o que falta é desenvolver estratégias eficientes.
O potencial comercial da Rússia, da Índia e da China com o Brasil poderia triplicar nos próximos anos, caso houvesse estratégias mais ousadas, na avaliação do coordenador do Núcleo de Estudos Asiáticos da Universidade de Brasília, Lytton Guimarães. Ele destacou que o mercado interno dos países emergentes ainda é pouco explorado pelo Brasil. "Ainda faltam estratégias para aumentar a participação do Brasil nesses mercados", alertou.