Há pouco mais de nove semanas como nova CEO da HP, Meg Whitman, reafirmou nesta terça-feira, 29, a estratégia da companhia de oferecer infraestrutura, software, serviços e soluções tanto para empresas quanto para consumidores finais, afastando qualquer possibilidade de a empresa se desfazer de seu negócio de computação pessoal. A executiva falou sobre a visao da HP, focada em cinco áreas nas quais pretende concentrar seu foco de atuação, para uma platéia de cerca de 3 mil pessoas que participam do Discover 2011, evento voltado a clientes da empresa, que acontece até esta quarta-feira, 30, em Viena, na Áustria. Os clientes são dos países que compõem a região chamada de EMEA, que engloba a Europa, Oriente Médio e África.
Meg traçou um pequeno histórico de sua carreira, na qual liderou o site de leilões eBay, entre 1998 e 2008, período no qual a empresa chegou a faturar US$ 8 bilhões. Ela também foi executiva em empresas como Disney e na fabricante de brinquedos Hasbro. Em meados de setembro passado ela substituiu Leo Aphotheker, que ficou 11 meses no cargo e foi demitido após anunciar que a divisão de computação pessoal da HP, a antiga Compaq, poderia ser desmembrada numa nova empresa ou vendida, o que causou grande desvalorização nas ações da empresa.
Segundo ela, a HP vai direcionar seu negócio para pontos-chave: transformação das aplicações, infraestrutura convergente, segurança corporativa, otimização de informações e soluções híbridas, como as que incluem cloud computing. No que diz respeito aos problemas acarretados pela rigidez da infraestrutura, que exige inovação, Meg citou como exemplo o trabalho realizado em parceria com a consultoria Deloitte que consolidou 17 data centers da empresa em dois, obtendo melhor produtividade e ganhos de custos e desempenho.
Um dos desafios que a empresa pretende enfrentar é de reinventar as velhas aplicações. "O governo da Bélgica implantou o documento eletrônico para 6 milhões de cidadãos, em que partes das informações geraram novas aplicações de e-Gov e uso no planejamento", citou como exemplo a executiva.
Outro segmento importante para a HP é o da segurança da informação, em que dados de diferentes fontes precisam ser protegidos e administrados, como foi o caso da Travelex, empresa financeira britânica que trabalha com mais de 20 mil filiais de bancos e uma rede de lojas de câmbio instaladas nos principais aeroportos do mundo, com atendimento 24 horas. A empresa tambem vai atuar de forma mais incisiva na área de big data, por meio da recém-adquirida software house inglesa Autonomy. Para exemplifcar, Meg citou o trabalho desenvolvido para o novo website da gigante varejista Tesco, que exigiu uma aplicação baseada em rich media content, em que 20 mil imagens de produtos são exibidas por hora para os clientes.
A executiva encerrou sua apresentação afirmando que a HP vai investir em pesquisa e desenvolvimento para ter seu foco em inovação, gerando novos conceitos para os clientes, como o projeto Moonshot desenvolvido pelo HP Discovery Labs e lançado recentemente com o nome de Redstone, uma linha de servidores para novas arquitetura de data centers que consome 86% menos de energia, exige 94% menos espaço e diminui o custo até 63%, quando comparado com os servidores tradicionais.
*O jornalista viajou à Áustria a convite da HP.