O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai investir no Fundo Criatec II, destinado a apoiar empresas nascentes voltadas à inovação e que terá capital comprometido de R$ 186 milhões, que será aportado na participação societária de 36 companhias. O termo de compromisso foi assinado pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, nesta sexta-feira, 29. O lançamento do Criatec II é consequência do bom desempenho do Criatec I, que entrou em operação em 2007.
Os setores alvo do fundo são tecnologia da informação e comunicações (TICs), agronegócio, nanotecnologia, biotecnologia e novos materiais. Cada empresa poderá receber, no máximo, R$ 2,5 milhões no primeiro investimento, podendo ainda receber investimentos subsequentes de até R$ 3,5 milhões em outras rodadas de investimento. No entanto, o valor máximo por empresa investida não poderá exceder R$ 6 milhões.
O BNDES, por meio da BNDESpar, investirá R$ 124 milhões no fundo. Os R$ 62 milhões restantes virão do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que terá como quotistas o Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (Badesul), com R$ 30 milhões, o Banco de Brasília (BRB), com R$ 10 milhões, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), com R$ 10 milhões, e o Bozano Investimentos, gestor nacional do fundo, aplicará R$ 2 milhões. Há ainda a possibilidade de aportes adicionais de outros potenciais quotistas, o que poderá elevar o patrimônio comprometido para cerca de R$ 200 milhões.
A participação dos quatro bancos de desenvolvimento no Criatec II visa atingir uma maior pulverização dos investimentos no país e incentivar a inovação em diferentes regiões. A capilaridade regional de quotistas busca criar um compromisso do fundo em investir nas suas respectivas áreas de atuação um montante igual ao capital comprometido por esses investidores. O Criatec I tinha como quotista, além do BNDES, apenas o BNB.
"Inovação é uma das prioridades do BNDES, assim como o trabalho de ampliar o acesso das pequenas empresas ao mercado de capitais. O Criatec II é um passo nessa direção e estamos fazendo isso com um arco de aliança com bancos de desenvolvimento muito expressivo", disse Luciano Coutinho durante a assinatura de lançamento do fundo, que ocorreu ontem, no prédio do BNDES, no Rio de Janeiro.
O Criatec II tem duração prevista de dez anos. Nos quatro primeiros anos, os gestores selecionarão e investirão em empresas inovadoras com faturamento líquido anual de até R$ 10 milhões, obtidos no ano imediatamente anterior à aprovação do investimento pelo fundo.
O Bozano Investimentos será responsável pela escolha de seis gestores regionais, que terão como meta implementar boas práticas de administração e de governança corporativa nas empresas investidas, de modo que desenvolvam produtos e processos inovadores capazes de competir no mercado nacional e internacional. Os gestores regionais atuarão nos seguintes polos: Sul (Porto Alegre), Sudeste (SP, RJ e MG), Centro-Oeste (Brasília) e Nordeste (CE).
Estrutura de gestão
Além do gestor nacional, o Criatec II contará a Triaxis Capital, que atuará como assessor operacional do fundo. Ela será responsável, em conjunto com o Bozano, pela seleção, contratação, treinamento e supervisão dos gestores regionais, bem como, por assessorar o gestor nacional, ao longo de todo o período de operação do fundo, em todos os processos de investimento, monitoramento e desinvestimento, em conjunto com os gestores regionais.
O Criatec I, fundo com perfil pioneiro concebido pelo BNDES, apresenta resultados positivos, seis anos após seu lançamento. Cinco das companhias do Criatec I estão entre as micro, pequenas e médias que mais crescem no país. Além disso, várias das 36 empresas do fundo, distribuídas em sete regiões, lançaram mais de 700 produtos inovadores e de tecnologia de ponta no mercado e registraram cerca de 20 pedidos de patentes.