Os robôs chegaram e estão se tornando cada vez mais autoconscientes. E embora exista uma grande aceitação de que a inteligência artificial está entre nós, ainda estamos descobrindo como podemos utilizá-la no supply chain, omnichannel e nas lojas físicas. Enquanto isso, uma coisa é certa: à medida que dependemos cada vez mais de máquinas para nos ajudar na interação entre empresas e clientes, a inteligência artificial só será tão boa quando puder produzir por si só os mesmos dados que somente os humanos podem fornecer.
A grande questão em jogo é: por onde começar? Talvez a maneira mais simples seja imaginar o resultado que você deseja obter. No setor de varejo, isso começa com o cliente.
Clientes já chegaram lá
Entre o mundo dos chatbots e os assistentes ativados por comandos de voz, os consumidores já começaram a adotar pequenas interações com máquinas. Claro que ainda é artificial, e dificilmente conta com alguma inteligência. Seja por consultas básicas num chatbot, comandos sobre disponibilidade de itens ou até mesmo uma solicitação para que a Alexa compre um pacote de arroz, isso é feito facilmente nas plataformas de hoje. No entanto, ainda não se sabe como responde a perguntas difíceis, como por exemplo: o que usar em uma reunião de negócios ou como melhorar um projeto em sua casa?
A próxima fase da inteligência artificial tem tudo a ver com contexto e intenção: "o quê" e o "porquê" está por trás da experiência de compra de cada cliente. Com isso, o próximo passo para estes assistentes virtuais é levar em consideração a análise de tendências, combinar com as preferências pessoais e dar melhores conselhos sobre o que comprar e aonde.
A saída para os varejistas não está na criação de suas próprias plataformas
Esse é o grande truque: a maioria dos varejistas não será dono das plataformas dominantes de AI num futuro próximo. Google, Amazon, eBay e Apple já possuem uma sólida vantagem nisso, sem mencionar que todas as startups e fornecedores emergentes trabalham duro em suas próprias soluções. Com isso em mente, os varejistas provavelmente não devem comprometer o orçamento para criar suas próprias plataformas, até porque esse dinheiro pode ser melhor gasto garantindo que os robôs possam encontrá-los.
Relatórios recentes afirmam que o próximo bilhão de usuários de internet usará voz e vídeo no lugar do bom e velho teclado. Estamos indo além do navegador e agora é a hora do mercado alinhar os dados dos produtos para pesquisa por vídeo e voz.
Além disso, as pessoas esperam que esses assistentes virtuais, provenientes de AI, digam como devem se vestir para um casamento ou a melhor maneira de tirar uma mancha de sua camisa favorita; elas tiram uma foto e pedem ao assistente para recriar um look com os itens exatos ou similares que caibam dentro do orçamento.
Conforme os assistentes digitais baseados em AI se tornarem mais sofisticados, eles poderão usar o aprendizado da máquina para extrair mais dados de produtos e fornecer melhores resultados em resposta a essas novas expectativas do cliente.
Mas, como você se prepara para essa nova realidade? Comece agora limpando os dados dos seus produtos, certifique-se de que cada um deles tenha descrições precisas e exclusivas (metadados) para diferenciá-lo não apenas em texto, mas também em pesquisas de voz e vídeo.
O próximo passo é garantir que os esforços dos periféricos – por exemplo, blogs e anúncios on-line – estejam alinhados com a mensagem que você deseja enviar e vincular novamente à imagem mais forte para o consumidor.
O fato é que, a inteligência artificial e a mudança no uso da internet pelo consumidor só aceleram o ritmo de mudança do varejo. No entanto, os varejistas não precisam necessariamente construir seus próprios bots para sobreviver. Comece pensando o quem é seu consumidor, organize os dados e assegure-se de que a tecnologia apropriada esteja presente – BI, sistemas de merchandising e até software de PDV – para mostrar as máquinas que sua empresa é relevante neste novo mundo conectado.
Carmela Borst, diretora Sênior de Marketing da Infor para América Latina.