Indústria farmacêutica precisa aprimorar logística, diz estudo da DHL

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Uma nova geração de cadeia logística fria precisa ser desenvolvida para aprimorar o padrão global da saúde mundial, de acordo com uma nova pesquisa realizada pela DHL Global Forwarding. O white paper da DHL, intitulado The Smarter Cold Chain: Four essentials every company should adopt (Cadeias frias mais inteligentes: quatro elementos essenciais que toda empresa deveria adotar), destaca os desafios críticos que o setor de saúde enfrenta em razão do crescimento da demanda global por produtos biológicos de alto custo, estruturalmente complexos e sensíveis à temperatura, e por medicamentos especiais. O relatório mais recente foi publicado durante a 15ª Conferência Anual Global de Ciências da Vida e Saúde, realizada em Hamburgo, na Alemanha.

"Um nível de desenvolvimento surpreendente na indústria da saúde, juntamente com a globalização, indicam que há uma oportunidade para melhorar a saúde –  alívio da dor e cura de doenças – de milhões de pessoas em todo o mundo", disse Frank Appel, CEO do Deutsche Post DHL Group. "Porém, entregar a medicação a pacientes na condição certa e atingir essa meta exige um complexo equilíbrio de custo e risco. Isso enfatiza mais uma vez a forte relação entre comércio, logística e o impacto positivo na qualidade de vida das pessoas."

Produtos farmacêuticos são caros e sensíveis – e sua integridade é decisiva, já que a saúde, e até mesmo a vida de alguém, pode depender disso. Com a demanda global – especialmente em mercados emergentes – crescendo em paralelo à adoção de regras cada vez mais rigorosas por parte dos órgãos reguladores, a indústria enfrenta uma situação crítica que só será solucionada com o desenvolvimento de uma nova geração de cadeia fria, que consiga suportar o crescimento e, ao mesmo tempo, proteger os produtos.

As previsões indicam que os gastos globais com saúde chegarão perto de US$ 1,3 trilhão em 2018 e o Fórum Econômico Mundial estima que, até 2020, um terço de todas as despesas com saúde do planeta estará concentrada em mercados emergentes. Produtos biológicos e medicamentos especiais são uma das áreas de mais rápido crescimento e os gastos com medicamentos especiais nos EUA devem quadruplicar, chegando a US$ 401,7 bilhões nos próximos cinco anos, de acordo com a PricewaterhouseCoopers. Taxas de crescimento semelhantes foram projetadas para os demais países. Medicamentos altamente sensíveis como esses impõem um novo nível de complexidade à cadeia de abastecimento, pois seus níveis de tolerância são específicos e seus valores, muito altos. O custo anual do tratamento por paciente pode ultrapassar os US$ 100.000, elevando o valor de uma única remessa até US$ 50 milhões. Prevê-se que a distribuição desses medicamentos complexos e o aumento da demanda global produzam crescimento no segmento de logística fria, que atingirá US$ 13,4 bilhões até 2020.

"Cadeias frias que entram em colapso devido a condições inadequadas podem resultar na perda de cargas de centenas de milhares de dólares", disse Angelos Orfanos, presidente do Setor Farmacêutico dentro do Departamento de Inovações e Soluções para os clientes da DHL. "A longo prazo, isso pode arruinar reputações, retraindo vendas, reduzindo o potencial de valor de ações e até mesmo representando um risco para os pacientes. Há muito em jogo e uma cadeia de abastecimento mais inteligente é necessária para superar esses desafios. Com a expansão e transformação da medicina e do setor de saúde para atender às crescentes necessidades do mundo, prestadores de serviços de logística precisam investir em pesquisa e desenvolvimento especializado e oferecer o conhecimento necessário para levar medicamentos e equipamentos até os pacientes. Simplificando ao máximo, uma logística melhor pode contribuir para uma saúde melhor", prosseguiu Orfanos.

Vidas  dependem de cadeias de abastecimento íntegras

De acordo com as pesquisas, as empresas de saúde que desejarem superar o desafio de manter a integridade de seus produtos, independentemente das condições climáticas durante a distribuição global, precisarão construir uma nova geração de cadeias frias. Lisa Harrington, presidente do grupo lharrington, pesquisadora sênior da Robert H. Smith School of Business da Universidade de Maryland e autora da pesquisa, recomenda que as empresas colaborem com os prestadores de serviços de logística que já tenham uma boa infraestrutura e possam garantir processos consistentes em nível global. "Para proteger a integridade dos produtos é necessário que a infraestrutura física seja projetada e operada exclusivamente para produtos de saúde", diz Lisa. "Também é necessário contar com a equipe correta, que entenda bem o que significa manter o compliance em cadeias frias de ponta a ponta. Na qualidade de fornecedores de produtos que podem salvá-los, empresas de saúde têm a responsabilidade de proteger a vida dos pacientes. É crucial assegurar que seus produtos cheguem em perfeito estado. Manter parceria com o prestador de serviços de logística correto pode garantir isso."

O white paper incentiva os laboratórios farmacêuticos a construirem parcerias de alto desempenho para criar e administrar cadeias de abastecimento complexas de próxima geração. Essas parcerias devem estar firmemente calcadas na colaboração, não só em nível estratégico, mas tático, com todos focados em um objetivo comum: estar a serviço da saúde do paciente.

"Na atual situação do mercado, regulado por requisitos de compliance mais rigorosos, o uso de materiais de embalagem robustos não é suficiente para garantir que os produtos se mantenham em uma faixa de temperatura constante", salienta Nigel Asa,  Head Global do Departamento de Life Sciences & Healthcare da DHL Global Forwarding. "Sem a complementação de dois elementos essenciais – uma forte especialização da cadeia e sua conformidade com as normas, além dos processos e pessoas certas –, a embalagem não dá conta do recado. O transporte internacional dessas mercadorias, especialmente em economias emergentes, requer um nível de perícia e precisão que, atualmente, poucos podem oferecer. Por exemplo, a DHL contrata farmacêuticos em todo o mundo para supervisionar as operações, garantindo o cumprimento de normas relacionadas ao produto e de segurança e nos ajudando a melhorar a qualidade de todos os elos da cadeia de abastecimento."

De acordo com o relatório, cadeias frias mais inteligentes devem ser consistentes e robustas, incorporando formas de mitigar riscos e perdas, com recursos para fazer frente a contingências e processos proativos de resolução de problemas. E o mais importante – precisam se apoiar em quatro fundamentos principais:

  • Uma rede altamente especializada e em conformidade com as normas, capaz de transportar produtos com eficiência e, ao mesmo tempo, proteger sua integridade
  • Processos globalmente consistentes, com políticas e procedimentos de mitigação de risco
  • Embalagens adequadas ao risco – tecnologia, adequação de custos, perfeição no manuseio
  • Estratégia de custo total, incluindo avaliação de riscos e do custo real  para a empresa, caso a estratégia não seja bem sucedida.

Cadeias de abastecimento mais inteligentes

Ao buscar a cadeia fria "de próxima geração", os laboratórios farmacêuticos devem implementar um terceiro elemento essencial em sua cadeia de suprimentos, diz o relatório. Trata-se do processo de embalagem e do equilíbrio entre custos e riscos. Hoje, transportadoras podem escolher entre soluções passivas e ativas. Porém, ao decidir, os laboratórios farmacêuticos devem considerar uma ampla gama de fatores, como o valor do produto, suas necessidades de controle de temperatura, requisitos de conformidade regulamentar, o cliente e os riscos de mercado, bem como o custo total.

Por fim, o quarto elemento essencial de uma cadeia de suprimentos mais inteligente é o aperfeiçoamento da gestão de custos. De acordo com o estudo, muitas vezes as empresas fundamentam suas decisões relativas à cadeia de suprimentos nos custos diretamente visíveis – por exemplo, custos com embalagem ou transporte. Mas isso é só a ponta do iceberg. Possíveis custos indiretos, como os associados a perdas de produto, riscos para a marca e questões regulatórias, geralmente não são considerados devido à grande "departamentalização" das organizações.

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