A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado analisou nesta terça-feira, 30, as condições de trabalho dos operadores de telemarketing. Os participantes da audiência pública destacaram a necessidade de regulamentar a profissão e evitar abusos, como a baixa remuneração e o assédio moral.
Representantes de sindicatos, do Ministério do Trabalho e do Poder Judiciário, além de pesquisadores, explicaram aos senadores que os trabalhadores do setor de telemarketing, muitos jovens no primeiro emprego, sofrem problemas de saúde, físicos e emocionais, devido às condições de trabalho que encontram nas empresas.
Segundo eles, os trabalhadores enfrentam pressão diária por resultados, vinculação do pagamento a comissões e metas de desempenho difíceis de serem cumpridas e constante assédio moral. Segundo o médico e auditor do trabalho Airton Marinho da Silva, baixa remuneração, pressão por resultados, locais de trabalho insalubres e controle dos supervisores até sobre as pausas para o uso do banheiro e alimentação são os responsáveis pelo alto índice de afastamentos por doenças.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telemarketing de Campinas, Vivian dos Santos Queiroz, disse que a definição de um piso salarial nacional e a regulamentação da profissão vão ajudar a combater a situação de abuso.
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH, a situação de precariedade é um exemplo dos efeitos negativos da terceirização da mão de obra. Ele informou que a CDH ainda vai discutir o tema em outra reunião, com a participação dos empresários do setor. A expectativa da categoria é a apresentação de uma proposta para um projeto de lei de regulamentação da profissão.
Um projeto em análise no Senado já propõe a jornada de seis horas para os operadores de telemarketing. A proposta (PLS 673/2011) foi aprovada pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA) em novembro de 2014 e aguarda análise de mais duas comissões do Senado. Com informações da Agência Senado.