Duas análises são fundamentais antes de explicarmos porque os projetos de TI têm um índice alto de projetos com fracasso, primeiro é conceituar o que é fracasso em um projeto, segundo o PMI um projeto é considerado um fracasso quando os objetivos esperados não são alcançados, principalmente os relativos a custo, prazo, escopo e qualidade.
O segundo motivo está intimamente ligado com a subjetividade na definição do escopo e na mudança constante das expectativas dos resultados pelas partes interessadas. Um comparativo com projetos de outras áreas deixa claro essa diferença, na construção civil talvez a área mais antiga a realizar e gerenciar projetos da história a quantidade de fracasso comparados a área de TI são desprezíveis.
Comparando projetos de áreas diferentes, é absolutamente impensado para qualquer um, designar um pedreiro com pouca formação acadêmica para ser o responsável pelos cálculos das fundações de um projeto para construir um prédio, em TI absurdo semelhante acontece recorrentemente.
Pergunte a um mestre de obras experiente se é possível reduzir o tempo de construção de uma parede colocando diversos pedreiros trabalhando ao mesmo tempo, parece óbvia a resposta, situação semelhante ocorre em projetos de desenvolvimento de sistemas, a diferença é que o responsável pelo projeto crê ser possível dividir o trabalho entre vários desenvolvedores inexperientes e obter um resultado satisfatório.
Por mais que os exemplos acima sejam mais que suficiente para explicar o porquê da quantidade elevada de fracassos nos projetos de TI, acreditem eles não são os mais relevantes, acreditar que é possível entregar um novo produto em tempo recorde, mantendo-se os custos e qualidade com alteração constante do que se deseja, são de longe os maiores vilões que respondem pelo número gigantesco de fracassos em projetos de TI.
Mudar esse cenário não é fácil e nem tem previsão de solução a curto prazo, isso porque os executivos responsáveis pela aquisição de projetos precisam mostrar para a organização que estão trabalhando e que todos os esforços estão sendo realizados para a entrega dos projetos que tem por objetivo mudar a história da empresa.
Do outro lado, vendedores sedentos por baterem metas buscam todos os dias executivos desesperados buscando soluções imediatas para seus problemas, o fato é que ainda vai levar um bom tempo para que a área de TI ganhe maturidade suficiente para entregar projetos com qualidade e responsabilidade.
Alberto Parada, co-fundador do Descomplicado Carreiras (Sistema de orientação de carreira), Colunista e Palestrante especializado em carreiras, atua há mais de 25 anos como executivo no mercado de tecnologia em empresas como: Sênior, IBM, Capgemini, Fidelity, Banespa, e mais de 12 anos como Professor Universitário no Lassu-USP FAAP e FIAP. Formação em administração de empresas e análise de sistemas, com especialização em gerenciamento de projetos e mestrando em Gestão de Negócios pela FIA, voluntário no HEFC hospital de retaguarda para portadores de Câncer.